O deputado federal Nelson Barbudo (PL) afirmou que trabalhadores querem ficar “à toa” ao criticar a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que busca por fim a jornada de trabalho 6x1. O texto foi apresentado pela deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) e está em discussão no Congresso Nacional.
“A PEC é uma aberração. Não tem país no mundo que o patrão vai pagar 3 dias para o funcionário ficar à toa”, disse durante entrevista à imprensa no Palácio Paiaguás, sede do governo do Estado, na tarde desta segunda-feira (25).
Atualmente, a escala 6x1 é comum em setores como comércio, restaurantes e supermercados, onde os trabalhadores com carteira assinada cumprem 6 dias consecutivos de trabalho e têm um dia de descanso, respeitando as 44 horas semanais estabelecidas pela Consolidação das Leis do Trabalho.
A medida em discussão prevê que a duração do trabalho não seja superior a 8 horas diárias e 36 semanais, com jornada semanal de 4 dias trabalhados e 3 de descanso, ou seja, passaria a valer a escala 4×3. Apesar da PEC apresentar este modelo, a própria deputada Érika Hilton destacou a possibilidade de debate para ajuste da carga horária, o objetivo é que haja redução da jornada trabalhada para que o cidadão tenha mais repouso. Assim, a tendência é que seja consenso o modelo 5x2.
Diante da proposta, o parlamentar ainda alegou que o funcionário pode “trabalhar só 3 dias se conversar com o patrão”.
“O funcionário que quer folgar 3 dias, ele pode. Ele pode falar para o patrão: ‘eu quero trabalhar 4 dias e nos 3 dias quero folgar’. Pronto, ele não vai receber. Sou favorável ao modelo americano, horas trabalhadas, ponto final”.
Ao final, ele ainda classificou a PEC como uma “medida populista”. “Sou favorável a uma PEC onde sentam na mesma mesa, os funcionários, os patrões, os sindicalistas. A deputada pôs aquela PEC numa medida populista. Simplesmente tirar 3 dias e fazer o empresário pagar, não vai funcionar. Qualquer menino de 16 anos sabe que essa deputada do PSOL colocou essa PEC para fazer uma graça para os eleitores que acham que consegue ser aprovada”, disse.