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Ambiente digital potencializa riscos e exige vigilância dos pais

Com o crescimento acelerado das redes sociais e o avanço dos jogos virtuais cada vez mais realistas, especialistas alertam para os perigos que cercam crianças e adolescentes no ambiente digital. O acesso precoce e sem monitoramento pode facilitar o aliciamento, a cooptação e até o envolvimento com grupos criminosos.


Casos recentes evidenciam essa preocupação. Um jovem de 16 anos, motivado por um relacionamento virtual, matou os próprios pais, enquanto no Rio de Janeiro, um adolescente de 17 anos ateou fogo em um morador de rua e transmitiu o crime pelas redes sociais. Segundo a polícia, o rapaz participava de um grupo online que incitava crimes.


“Não podemos afastar a responsabilidade de ninguém. O ambiente digital, os jogos violentos, as redes sociais e os algoritmos criam bolhas que facilitam a cooptação de jovens com o cérebro ainda em formação”, afirma o psiquiatra José Almeida. Segundo ele, a adolescência é um período de vulnerabilidade psicológica, em que os jovens buscam identidade, novos relacionamentos e se tornam mais suscetíveis a influências externas.


Monitoramento é fundamental


Dados de um estudo recente apontam que mais de 90% dos brasileiros entre 9 e 17 anos estão conectados à internet, mas o que mais preocupa é que 70% dos responsáveis afirmam não monitorar o acesso a sites, jogos, aplicativos e redes sociais.


Kátia, mãe da adolescente Beatriz, de 16 anos, adota um posicionamento diferente. “Tenho acesso à senha do celular dela, nossas contas são interligadas. De vez em quando, pego o celular de surpresa e verifico. Ela sabe que não pode esconder nada”, relata. Segundo ela, a preocupação maior é com as amizades virtuais e a forma como informações, padrões estéticos e possíveis aliciadores chegam até os jovens.


A psicóloga Ana Souza reforça que o diálogo e o acompanhamento próximo são as melhores ferramentas para proteger os filhos. “Os pais precisam estar presentes no mundo real e no virtual. Proibir ou ignorar não resolve, é preciso orientar, fiscalizar e construir uma relação de confiança”, destaca.


O debate sobre o impacto da tecnologia na formação dos jovens volta a ganhar força. Especialistas, famílias e autoridades alertam: o ambiente digital oferece oportunidades, mas também perigos reais. E o monitoramento é parte fundamental da prevenção.

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Redação GNMT