A travesti Kamylly Hendly Santana, 30 anos, foi presa durante a noite dessa segunda-feira (18), na casa dos tios no Residencial José Carlos Guimarães, em Várzea Grande, onde teve o mandado de prisão preventivo cumprido pelo homicídio de José Alves Ribeiro, 50.
O homem foi assassinado com requintes de crueldade no final da noite do dia 25 de dezembro.
A acusada, que executou o cliente com um pedaço de madeira que tinha um prego na ponta e, em seguida, a facadas, confessou o crime e relatou que José Carlos teria tentado abusar da sobrinha dela, 15 anos, dentro da casa dele, numa tarde onde todos estavam reunidos bebendo cerveja.
Acrescentou ainda que “foi estuprada por quatro homens quando tinha 4 anos e sabe como é a dor”.
José foi encontrado deitado de bruços na cama todo lesionado e com cortes profundos no pescoço.
Em seu depoimento, Kamylly disse que conhecia José desde que tinha 11 anos do bairro Altos da Glória e inicialmente, os dois não tinham nenhum envolvimento amoroso ou sexual.
No dia dos fatos, a travesti, a sobrinha, uma terceira pessoa e o dono da casa estavam reunidos bebendo. Em dado momento, a Kamylly saiu do local para comprar drogas e foi usar na casa dela, pois, não gostava de ‘fazer isso’ na frente de outras pessoas.
Pouco tempo depois, ainda segundo o depoimento, a menor chegou na casa da tia e relatou: “tio, tio, ele tentou me abusar, ele puxou meu cabelo, me jogou na cama e mostrou o pinto dele”.
A travesti voltou na casa do ‘amigo’, questionou os fatos, porém, José negou na frente da sobrinha, quando a menor chorou e disse que ia contar sobre a violência para a avó e Comando Vermelho.
O ‘tio’ disse para a menor não contar nada que ele ia ‘resolver isso’.
Desde então a assassina começou a planejar a vingança. Um mês após os fatos, Kamylly disse que começou a se envolver sexualmente com José frequentemente.
No dia dos fatos, a travesti estava no ponto onde costumava fazer programa. Em determinada hora José passou pelo local, em frente uma distribuidora de bebidas, fez um sinal para a acusada ir para a casa dele.
Momentos depois Kamylly chegou ao endereço, fizeram sexo e depois começaram a conversar, quando ela puxou o assunto da sobrinha.
A vítima teria ficado quieta e partido ‘de murro’ para cima da acusada.
Ela “pegou um pedaço de pau que estava na parede, que tinha um prego na ponta bateu contra a cabeça dele. Quando a vítima estava desacordada, só respirando fundo, foi até a cozinha, pegou uma faca (com cabo de madeira e um pedaço de pano enrolado), com a qual efetuou acho que duas ou três facadas no pescoço".
Após o assassinato, Kamylly subiu na parte de cima da casa, pulou para o terreno da prima e fugiu.
Durante as investigações, a polícia chegou à travesti, como autora do crime, devido a depoimentos e o monitoramento de um tornozelado que estava na casa da vítima na noite do homicídio, que se tratava de Joilton Benedito Santana da Cruz, nome verdadeiro de Kamylly.