SORRISO

BEBÊ BRAYAN: 'Nunca trabalhei em um caso assim', diz delegado sobre investigações

Responsável pela investigação da morte do bebê Brayan, o delegado José Getúlio Daniel, titular da Polícia Civil de Sorriso (420 km ao norte de Cuiabá), apontou que nunca trabalhou em uma ocorrência semelhante a essa, sobretudo por conta da comoção social em torno do assassinato da criança.

 

Em entrevista, o delegado apontou que o caso foi um dos mais complexos que já teve que lidar, principalmente pelo fato de a mãe da criança - que confessou o assassinato - ter se desdobrado em destruir as provas do crime.

 

 

"Mãe contra filho eu nunca tinha trabalhado não, com essa questão de a pessoa ter a capacidade de amputar os membros do próprio filho. Ela tentou asfixiar ele e ocultar depois. Eu nunca trabalhei com um caso assim, que tivesse gerado tanta comoção social como esse", afirmou o delegado.

 

"O problema foi principalmente o fato de ela estar destruindo provas. Destruição de provas e dissimulação, falsidade durante o depoimento", acrescentou ao falar que a suspeita, identificada como Ramira Gomes da Silva, 22 anos, usou bicarbonato e produtos desengordurantes para limpar a cena do crime.

 

O crime

Conforme noticiado pela reportagem, o crime ocorreu na madrugada do último dia 14, quando por volta das 2h Ramira tentou matar seu filho asfixiado por um travesseiro. Sem sucesso na primeira tentativa, a mãe repetiu o ato e segurou o apoio de cabeça contra a criança, sufocando o bebê até a morte.

 

Posteriormente, segundo depoimento da suspeita, o corpo do bebê foi levado até uma pia, onde teve suas mãos e pés cortados e colocados dentro de latas de bebida láctea. A amputação dos membros teria sido feita para facilitar a ocultação do bebê.

 

Após cortar o filho, a mulher jogou as latas com os membros arrancados no lixo e enterrou o tronco do bebê no quintal da casa, localizada no bairro Benjamin Raiser. Depois do crime, Ramira começou a destruir as provas, limpando o espaço com produtos e jogando a roupa usada na ação fora.

 

Mais tarde, ainda no mesmo dia, a mulher foi ao mercado por volta das 10 horas e comprou mais produtos para terminar de limpar o espaço. Depois, descansou na varanda de casa e à tarde foi ao dentista. Já à meia-noite, Ramira foi até a rodoviária, onde comprou passagens para Cuiabá e, na Capital já no outro dia, seguiu para Porto Velho (RO).

 

Prisão

A mulher foi presa em uma embarcação na cidade de Porto Velho, enquanto tentava seguir para o estado do Amazonas. A prisão dela foi efetuada com a descoberta do corpo da criança no quintal da casa, que foi localizado pelo cachorro do vizinho que escapou e foi até o local no dia 17.

 

Inicialmente, ela foi detida e interrogada em Porto Velho, mas foi transferida para Mato Grosso onde foi submetida a nova oitiva. A suspeita apresentou uma versão inicial de que viajou e deixou o bebê com outra pessoa, sem saber qual seria a causa da morte.

 

Depois, ela afirmou que o bebê morreu enquanto dormia, o que foi confrontando com o resultado do laudo da perícia que apontou que a vítima faleceu após sofrer um traumatismo craniano.

 

Por último, a mulher confessou o crime e deu detalhes sobre a sequência dos acontecimentos. Com a finalização das investigações, Ramira será encaminhada à Penitenciária Ana Maria do Couto May, em Cuiabá, onde ficará em cela reservada.











Você pode compartilhar esta noticia!

author

Redação GNMT