Um grupo de grandes produtores rurais, entre eles o ex-governador Blairo Maggi (PL) e o primo Eraí Scheffer (acionistas da Amaggi e Bom Futuro, respectivamente), estuda formar um consórcio para participar de leilão de concessão da BR-163, previsto para ser realizado pela ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) no próximo dia 8 de julho.
grupo chegou a contratar os serviços de consultoria logística do economista Luiz Antônio Pagot, ex-diretor-geral do Dnit. De acordo com ele, as informações são de que duas empresas estão interessadas no leilão, mas os produtores demonstraram interesse em entrar na disputa, em busca de baratear os custos ao setor com a concessão.
“Fui procurado pelo Eraí Scheffer, Blairo Maggi, Otaviano Pivetta, Paulo Lucion, Argino Bedin, José Borges, Orcival Guimarães, Rossato, Paulo Henrique Rovaris, Alcides Cavalca e vários amigos produtores, que sabem que tem duas empresas que irão disputar esse leilão e a preocupação é que o preço do pedágio seja muito alto”, explicou Pagot.
“Esses pedágios que serão colocados na BR-163 de Sinop a Miritituba vão acabar doendo no bolso dos produtores, pois a exportação está sendo feita por ali. 14,5 milhões de toneladas de Mato Grosso estão sendo exportadas por Miritituba (exportação por Santarém, Vila do Conde ou por Santana). Tem grupos de engenheiros que estão estudando, fizemos levantamento de todas as interferências que precisam ser feitas”, completou.
Conforme o contrato, a concessão prevê a instalação de três praças de pedágio (duas em Mato Grosso e uma no Pará), com taxa de R$ 8,56 por cada 100 Km. Uma carreta de nove eixos, por exemplo, pagaria R$ 770,40 se rodar todo o trecho de 1.009 Km.
“Queremos uma arrecadação mais baixa que a do edital, pois R$ 8,56 por cada 100 Km pesa muito no bolso. Esse estudo que hoje á tarde será concluído e amanhã apresentado aos produtores, em Sorriso. São duas empresas de São Paulo que ouvimos falar que irão disputar e nosso objetivo é participar do leilão para que o preço não seja o máximo, mas se precisar assumir, assume também”, explicou.
Pagot ainda ressalta que foi chamado para ajudar tal grupo, pois há três anos trabalhou na proposta de concessão da rodovia. “A rodovia está mais deteriorada que naquela época, embora tenha sofrido algumas intervenções positivas, como a conclusão dela. Na época do levantamento, faltavam 90 km, hoje está concluída de Sinop até Miritituba. Mas, em compensação, vários trechos estão deteriorados”.
“Então, tem que se calcular tudo o que é preciso fazer de intervenções imediatas e por esse período de 10 anos. Instalação de três praças de pedágio, três acessos portuários (Santarenzinho, Miritituba e Itapacurazinho) e se faz essa conta, basicamente de calculo de custo e manutenção”, pontuou.