Diego Fernando Hermann, 34 anos, ex-diretor da Escola Estadual 13 de Maio, em Nova Guarita, preso na terça-feira (28), por desviar mais de R$ 250 mil de recursos públicos destinado para a unidade escolar, usava o dinheiro para fazer apostas em loterias.
De acordo com a Polícia Civil, Diego Fernando desviava os cheques da escola e os depositava em contas de pessoas conhecidas, algumas delas professores da Escola 13 de Maio, que eram usadas como ‘laranjas’. Ele também fazia saques diretos na agência bancária e chegou a compensar um cheque de R$ 3,5 mil em um mercado de Nova Guarita.
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Entre julho e agosto de 2022, o ex-diretor usou cheques em três ocasiões diferentes para o pagamento de apostas de mais de R$ 11 mil em uma lotérica de Terra Nova do Norte.
Em outra situação, ele entregou um cheque no valor de R$ 20.380,00 a um terceiro para, supostamente, realizar o pagamento de um serviço de R$ 380,00, e recebeu de volta R$ 13 mil.
Investigações
As investigações contra o ex-diretor tiveram início em novembro de 2022, quando representantes do Conselho Deliberativo da Escola Estadual 13 de Maio registraram boletim de ocorrência contra Diego Fernando, na Delegacia de Terra Nova do Norte.
Segundo a denúncia, ele teria deixado de prestar conta dos gastos relativos ao ano anterior, além de ter desviado valores que deveriam ser empregados na manutenção do prédio da escola, na merenda escolar, pagamento de internet e compra de materiais de limpeza, entre outros.
O ex-diretor assumiu a direção escolar em 2019 e a escola era considerada uma das melhores da região, apresentando estrutura, ensino e manutenção predial em ótimas condições. Ele ficou na função de diretor até meados de 2022, quando foi afastado administrativamente.
O Conselho Deliberativo declararou à Polícia Civil que Diego havia solicitado que fossem assinados cheques em branco, sob o argumento que facilitaria o pagamento das despesas escolares. Contudo, conselheiras perceberam que o investigado não realizou os investimentos e a manutenção prevista na escola nos anos de 2021 e 2022, sendo que a unidade chegou ao ponto de ser interditada em meados de 2022 por risco de desabamento.
Responsável pelo inquérito policial, o delegado José Getúlio Daniel apontou que, no decorrer da investigação, a análise das microfilmagens dos cheques compensados na conta da escola comprovaram que, em ações fraudulentas, o ex-diretor desviou e se apropriou, em 23 oportunidades, de valores que somam, aproximadamente, R$ 251.330,00.
A investigação apurou, ainda, que o ex-diretor não apresentou à Direção Regional de Educação a prestação de contas do ano letivo de 2021, o que apontou indícios de que ele estava praticando condutas ilícitas nas contas da escola.