Brasil avança em ranking global de competitividade digital

Por Rui Maciel  02 de Outubro de 2020 às 18h10


O Brasil avançou seis posições no ranking global de competitividade digital (em comparação ao ano passado), a partir de um estudo feito pelo Núcleo de Competitividade Global da IMD, escola de negócios suíça. Agora, o país ocupa a 51º na relação, que considera 63 países e analisa como as economias dessas nações utilizaram novas tecnologias para promover a transformação digital. 


O estudo do IMD foi desenvolvido em parceria com a Fundação Dom Cabral e contou com o apoio do Movimento Brasil Digital. A 51º posição é a melhor colocação do Brasil desde a criação do documento, em 2017. 


Como o estudo é feito


Para definir o ranking, a pesquisa analisa três pilares: Conhecimento (expertise para descobrir, compreender e construir novas tecnologias); Tecnologia (condições gerais que possibilitam o desenvolvimento de tecnologias digitais) e Prontidão para o futuro ( nível de preparo para explorar as transformações digitais). 


Os resultados do relatório são construídos a partir da combinação de dados de percepção obtidos anualmente, junto a representantes da comunidade empresarial e dados estatísticos coletados anualmente nos países junto a organizações internacionais. O Brasil evoluiu no primeiro pilar, mas se manteve estável nos dois outros. 

O desempenho do Brasil

A pesquisa afirma que, em diferentes graus, o desempenho do Brasil em concentração científica, regulatório
estrutura, capital e agilidade de negócios melhoraram. Especificamente, a agilidade dos negócios mostrou o avanço na maioria de seus componentes, incluindo a transferência de conhecimento entre setor privado e universidades (59º a 54º) e na agilidade das empresas (57º a 39º).

No entanto, as dificuldades do Brasil começam a aparecer quando a aplicação desse conhecimento entra em pauta, ou seja, transformá-lo em Tecnologia e Inovação. O estudo aponta que, segundo a opinião dos empresários consultados, nosso país sobre com a ausência de mão de obra qualificada para fazer com que novas tecnologias sejam aplicadas nas corporações. Nesse quesito, o Brasil ocupa apenas a 60º colocação - sempre lembrando que o ranking abriga 63 países. 

Avaliação do Brasil no estudo da IMD (Foto: Divulgação / IMD)

Outro ponto importante para analisar as deficiências brasileiras quanto a falta de mão de obra está nas universidades. O país possui apenas duas instituições de ensino - USP e Unicamp - entre as 200 melhores do mundo. Além disso, o número de alunos focados em áreas de Exatas como Matémática, Tecnologia, Ciências e Engenharia é muito baixo: apenas 17% deles estudam nesses campos. 

Parte dessa deficiência pode ser explicada no ensino fundamental. Mesmo sendo um dos dez países que mais investem publicamente em educação, o Brasil exibe resultados muito ruins no Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (PISA, na sigla em inglês) para a disciplina de matemática, obtendo apenas  55ª posição. A taxa aluno-professor fica apenas na 46º, e a realização de educação superior ocupa a 56º. As graduações na área de ciências (55º) também estão abaixo do que é gasto publicamente em educação.

Desempenho na iniciativa privada

O estudo do IMD avalia ainda as deficiências do empresariado brasileiro no comando das empresas locais. Nesse campo, o Brasil apresenta colocações ruins, apontando algumas deficiências da iniciativa privada. Em relação à suficiência da experiência internacional dos administradores, o país ocupa apenas 58º colocação, mesma posição para a atratividade de pessoal qualificado estrangeiro.

Já na categoria que abrange eficiência da gestão das cidades para incentivo do desenvolvimento de negócios, estamos em 60º lugar. Por fim, a disponibilidade de mão de obra digital-tecnológica encontra-se na penúltima posição do rankig - 62º. Para completar o cenário, o empresariado admitiu no estudo que o treinamento profissional não é uma prioridade nas empresas, o que resultou na 59º colocação do Brasil na relação.

Quem lidera a pesquisa?

Os Estados Unidos lideram o ranking global da IMD, com Cingapura vindo na segunda colocação. Na edição 2019, ambos ocuparam a mesma posição. A Dinamarca aparece na terceira posição, ultrapassando a Suécia, que acabou em quarto. Hong Kong completa a relação dos cinco primeiros.


Ranking dos países nas últimas três edições do estudo da IMD (Foto: Divulgação / IMD)

A China, por sua vez, subiu seis posições e manteve sua tendência de crescimento. Já o Chile, na 41º posição, é o país latino americano mais bem colocado, ainda que seu crescimento em comparação ao estudo de 2019 tenha sido de apenas uma colocação. 

Com informações de IT Fórum 365 e Época Negócios

Fonte: IMD.org



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