A Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) pretende entregar os documentos finais para o registro da vacina de Oxford no Brasil até 15 de janeiro. “O nosso registro já está sendo submetido com a perspectiva de entrega final de documentos até a data de meados (…) de 15 de janeiro“, disse Nísia Trindade, presidente do órgão, em entrevista concedida nesta 4ª feira (30.dez.2020).
A Fiocruz precisa da aprovação da Anvisa (Agência de Vigilância Sanitária) para começar a produzir o imunizante no Brasil. Em nota, a Anvisa disse que se reuniu com o laboratório AstraZeneca do Brasil e que ficará a cargo da Fundação pedir o uso emergencial. Leia a íntegra.
“É um dia histórico, pois é mais um elemento de esperança diante de uma situação de grande sofrimento. […] A vacina não é só eficaz, mas adequada para países de população do tamanho do nosso, com as suas diferenças regionais e sociais“, afirmou Nísia Trindade em cerimônia realizada na Alerj (Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro). Foram doados, pela Alerj, R$ 20 milhões à Fiocruz para o combate à pandemia no Brasil.
A vacina feita em parceria do laboratório AstraZeneca e a Universidade de Oxford é uma das 4 testadas no país. O imunizante obteve nesta 4ª feira a aprovação do MHRA (Agência Reguladora de Medicamentos e Produtos de Saúde) no Reino Unido. Em novembro, a AstraZeneca anunciou que a eficácia do imunizante varia de 62% a 90%, dependendo da dosagem aplicada.
A vacina de Oxford, que no Brasil será chamada de vacina da Fiocruz, é uma das listadas no plano nacional de imunização do Ministério da Saúde. A vacinação ainda não tem data para começar no país, mas o ministro Eduardo Pazuello disse esperar que seja em fevereiro.
Está prevista a entrega de 1 milhão de doses até 12 de fevereiro. Segundo Nísia Trindade, “o plano nacional de vacinação do Ministério da Saúde prevê usar o imunizante nas 3 primeiras fases, que atenderão 49,6 milhões de pessoas de grupos prioritários, como trabalhadores de saúde, idosos e indígenas“.
A vacina da AstraZeneca/Oxford é a principal aposta do governo brasileiro, que já comprou 100 milhões de doses por R$ 1,9 bilhão. Os recursos foram liberados por meio de uma medida provisória assinada pelo presidente Jair Bolsonaro, que foi aprovada no começo do mês pelo Senado.