Pátio 'lança' aliado a prefeito, mas o isola politicamente

O prefeito Zé Carlos do Pátio, de Rondonópolis, e sua já conhecida maneira de fazer política que pouco, ou nada, privilegia aliados, parece ter feito mais uma ‘vítima’. Trata-se do atual comandante do Sanear e já ‘lançado’ pré-candidato a prefeito, em 2024, Paulo José Correa.

Isto porque, absolutamente todos os potenciais apoios político-partidários para 2024 o prefeito está vendo se perder em meio aos dedos, seja por acordos não cumpridos ou por polêmicas acumuladas, em virtude da complexa personalidade de Pátio.


A mais recente ponte quebrada foi com o PT, já que conforme noticiado pelo MINUTO MT Pátio não teria cumprido uma promessa feita à direção nacional do partido, que contava com a primeira-dama, Neuma de Morais, filiada ao PV e concorrendo a federal pela Federação Petista (PV/PCdoB e PT). Essa condição teria garantido a vitória e reeleição de Rosa Neide e, talvez, da própria Neuma.


O PT, todavia, ficou sem nenhuma cadeira de federal em Mato Grosso mesmo com os quase 125 mil votos de Rosa, quebrando uma tradição política de sempre garantir pelo menos uma entre as oito vagas do estado na Câmara dos Deputados.


Gleisi previu a derrota e tentou, desesperadamente, ligar e falar com Pátio, quando soube da aproximação do prefeito com o PSB, mas foi ignorada e não pensa em acreditar novamente no político mato-grossense.


Outras inviabilizações

Sem a Federação Petista, sobraria a Pátio tentar renovar o acordo com o PSD, mas a inclinação do partido, por meio do senador, Carlos Fávaro (PSD), e do seu vice-presidente estadual, Gilmar Fabris (PSD), em praticamente ser uma extensão dos projetos petistas no estado, torna impensável projetar nova aliança, também porque ambos não confiam mais no atual prefeito de Rondonópolis.


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Embora Aylon Arruda (PSD), atual vice-prefeito, tente forçar um projeto próprio, isso é igualmente pouco provável porque ele não ecoará os objetivos traçados a partir do Palácio do Planalto e da própria projeção da sigla em si para os próximos anos.


Outra possibilidade que se torna infrutífera para Pátio seria tentar fechar com o PP, de Neri Geller. A sigla é outra provável porta fechada em virtude das próprias pretensões de Neri, que sonha ver Carlos Fávaro eleito governador para assumir seu lugar como ministro da Agricultura. Os progressista então seguirão lendo a cartilha petista à risca, em Mato Grosso.


Até mesmo os definhados PDT e PSDB, que pouco acrescentariam a Pátio, esbarrariam em contextos conflitantes nacionais e estaduais para fechar com um projeto situacionista em Rondonópolis


Com o Republicanos, de Adilton Sachetti, embora alguém ainda possa acreditar nessa possibilidade, não faz o perfil do ex-prefeito aceitar ser escora política e coadjuvante, sobretudo de um projeto político com o perfil defendido por Pátio. A união dos dois, além disso, sofre grande rejeição da própria base popular de Pátio.


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Diante então dos projetos de oposição que começam a ser arquitetados, na direção dos deputados estaduais, Thiago Silva, do MDB, Cláudio Ferreira, do PTB, e do federal, José Medeiros (PL), resta Pátio apostar tudo no voo solo, com o adendo de que, desta vez, os adversários terão potencial de invadir também seus redutos de votos.


Crise interna 

Enquanto fora do muro a equação não fecha, Pátio ainda mais que provavelmente verá seu próprio PSB mais focado em eleger vereadores do que propriamente promover o sucesso de Paulo José nas urnas.


O grupo do atual presidente estadual da sigla, Max Russi (PSB), sabe que na vitória de Paulo quem seguirá mandando na Prefeitura será Pátio, ou seja, seguirá longe de qualquer espaço político no Executivo Municipal da maior cidade do interior.


Mesmo que o projeto Paulo José, que hoje vai ganhando um atmosfera de ter nascido morto, acabe por realmente ir às urnas, ainda restará dúvidas sobre o real potencial de transferência de votos de Pátio ao atual diretor do Sanear, bem como se o mesmo vai empolgar o eleitorado.


Fontes que têm acompanhado as reuniões de bairro realizadas por Pátio e Paulo José testemunham que o próprio pré-candidato já faz a leitura do isolamento político e demonstra visível desânimo.


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Redação GNMT