O juiz Geraldo Fernandes Fidelis Neto, da 2ª Vara Criminal de Cuiabá, determinou que Lumar Costa da Silva seja submetido a exame de "cessação de periculosidade" no prazo de 10 dias para verificar se ele tem condições de receber alta do hospital psiquiátrico Adauto Botelho, em Cuiabá. Lumar ficou conhecido nacionalmente por ter assassinado a tia e arrancado o coração dela, em Sorriso (397 km de Cuiabá), no ano de 2019. A decisão judicial é da terça-feira (25).
Em maio deste ano, um laudo psiquiátrico elaborado pela equipe do Centro Integrado de Atenção Psicossocial (Ciaps) Adauto Botelho considerou que Lumar está apto a receber alta hospitalar e voltar ao convívio social.
A recomendação é que ele seja transferido para o regime ambulatorial na cidade de Campinas, em São Paulo, onde poderá ficar com familiares.
Apesar de atender o pedido do Ministério Público, na decisão desta semana o magistrado apontou que a desinternação “por certo deve ocorrer em curto espaço de tempo”.
Apesar disso, prossegue o juiz, “relegar o paciente à própria sorte” poderia causar uma piora no seu quadro de saúde, considerado como “já estabilizado”. Nesse sentido, o magistrado orienta que a equipe técnica do Adauto Botelho prepare Lumar para o momento de sua saída e inserção no regime ambulatorial.
Lumar veio de São Paulo para Sorriso à procura de oportunidades de emprego e foi morar com a tia, Maria Zelia da Silva Cosmos, que era evangélica e aceitou abriga-lo até que ele se estabilizasse na cidade.
Não demorou muito para que os dois começassem a ter problemas de convívio em razão do comportamento de Lumar. Em um episódio em que ele estava ouvindo música em um volume muito alto, Maria Zelia pediu que ele fosse morar em outro lugar.
No dia 2 de julho de 2019, Lumar foi até a casa da tia, a levou para dentro e a atacou com golpes de faca. Com a mulher caída no chão, ele dilacerou seu peito e arrancou o coração. Ele ainda roubou R$ 800 da vítima e fugiu com o órgão escondido em uma sacola plástica.
Ele foi até a casa da filha de Maria Zelia e entregou o coração da mulher. Antes de fugir, ele ainda tentou sequestrar a neta da vítima, de 7 anos de idade.
Em 24 de junho de 2022, Lumar foi absolvido de forma sumária em razão de doença mental grave, comprovada por laudo médico.