Na semana passada, fui provocado em um grupo
de WhatsApp do GNMT (Giro Noticias MT), para falar sobre os crescentes erros
dos institutos de pesquisas na previsão dos resultados eleitorais. Dada a
complexidade do assunto, resolvi dedilhar um pequeno artigo, que pudesse
expressar minha convicção, a qual hoje inclusive é acompanhada por dezenas de
estudiosos ao tema.
O fato é que nos últimos anos, temos
observado uma mudança significativa na forma como analisamos e prevemos
resultados eleitorais. Os sistemas tradicionais de pesquisa eleitoral, baseados
em amostragens e questionários, vêm sofrendo críticas crescentes em relação à
sua eficácia e precisão. Em contrapartida, a Inteligência Artificial (IA) tem
se mostrado uma alternativa promissora na entrega de resultados mais precisos e
confiáveis.
As pesquisas eleitorais tradicionais
enfrentam diversos problemas, como viés de resposta, amostragem inadequada e
manipulação de dados. Além disso, as mudanças nos hábitos de comunicação e a
crescente desconfiança do público em instituições de pesquisa tornaram cada vez
mais difícil obter informações precisas e representativas dos eleitores.
A Inteligência Artificial, por outro lado,
apresenta uma abordagem diferente para prever resultados eleitorais. Com a
capacidade de analisar grandes volumes de dados, a IA pode identificar padrões
e tendências que passariam despercebidos pelos métodos tradicionais. Além
disso, a IA consegue processar informações de diversas fontes, como redes
sociais, notícias e até mesmo discursos políticos, oferecendo uma visão mais
ampla do cenário eleitoral.
A acurácia e eficácia dos modelos de IA na
previsão de resultados eleitorais já foram comprovadas em diversos casos. Nas
eleições dos Estados Unidos de 2020, por exemplo, modelos baseados em IA foram
capazes de prever com maior precisão a vitória de Joe Biden em comparação com
as pesquisas tradicionais. Além disso, o uso de IA em eleições de outros
países, como o Brasil e o Reino Unido, também mostrou resultados mais acertados
que os métodos convencionais.
Em Mato Grosso, atendi diversos clientes no
ultimo Pleito, e como a IA é extremamente nova, muitos candidatos contrataram
paralelamente alguns institutos de pesquisas para realizarem levantamentos de
campo, no entanto o único método preciso dos utilizados foi o Tracking
(ligações telefônicas diárias para conjuntos aleatórios de telefones),
realizados pela KGM. Os demais tiveram desvios padrões significativos.
A utilização de IA em pesquisas eleitorais
traz inúmeros benefícios, como a redução de custos, maior velocidade na análise
de dados e a possibilidade de identificar tendências emergentes. No entanto, é
fundamental ressaltar a importância de utilizar modelos éticos e transparentes,
evitando o viés e a manipulação de informações.
Em suma, a falência dos sistemas tradicionais
de pesquisas eleitorais e a ascensão da Inteligência Artificial na previsão de
resultados sinalizam uma mudança na forma como analisamos e entendemos o
cenário político. A IA tem o potencial de revolucionar a forma como realizamos
pesquisas eleitorais, oferecendo uma visão mais precisa, confiável e abrangente
do comportamento do eleitorado.
Marcelo Senise – CEO da Agência Comunica 360º - é sociólogo e marketeiro, especialista em comportamento humano e Inteligência Artificial.