A Polícia Federal revelou que o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) adotou medidas que favoreceram a continuidade de um esquema fraudulento de descontos indevidos em aposentadorias e pensões, contrariando normas internas que exigem autorização expressa dos beneficiários para esse tipo de transação.
De acordo com as investigações, o esquema era comandado por lobistas que pagavam propina a pessoas ligadas a servidores do INSS. Esses servidores forneciam dados sigilosos de aposentados, permitindo que entidades associativas aplicassem descontos ilegais nos benefícios.
O principal articulador da fraude seria o lobista Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “o careca do INSS”. Segundo a PF, ele mantinha contato direto com agentes públicos para viabilizar o esquema.
Entre os citados, está o ex-diretor do INSS André Fidelis, demitido pelo ministro Carlos Lupi. A PF afirma haver indícios de que parte da propina recebida teria sido repassada ao filho de Fidelis.
Outro nome central na investigação é o do ex-procurador-geral do INSS, Virgílio de Oliveira Filho. De acordo com a PF, ele mantinha relações financeiras com entidades envolvidas e teria atuado indevidamente em processos administrativos para liberar, em lote, descontos associativos — especialmente a pedido da CONTAG (Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura). O órgão aponta ainda que Virgílio teria enriquecido ilicitamente, acumulando um patrimônio superior a R$ 18 milhões.
As investigações seguem em curso e podem resultar em novas denúncias e desdobramentos judiciais.