BIOENERGIA

Deputado Nininho apresenta lei que permite uso de madeira legal em usinas de etanol

Deputado propõe alteração no Código Estadual do Meio Ambiente para autorizar aproveitamento do material lenhoso de áreas de reserva legal pelas indústrias de etanol

 

O deputado estadual Ondanir Bortolini – Nininho(Republicanos) apresentou na sessão ordinária desta quarta-feira (27.08) da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT) um Projeto de Lei Complementar (PLC) que altera o Código Estadual do Meio Ambiente, com objetivo de permitir o uso da madeira proveniente de áreas de reserva legal para fins industriais. A proposta visa atender às normas da Lei Federal nº 12.651/2012, conhecida como Código Florestal Brasileiro, e gerar economia para indústrias de etanol de milho no estado.

Segundo Nininho, a legislação estadual atual não prevê o aproveitamento do material lenhoso do cerrado e dos campos gerais, obrigando as usinas a buscar madeira emregiões distantes. “Não entendia por que as indústrias de etanol e milho de Sinop têm que buscar madeira em Itiquira, a 700, 800 quilômetros de distância, quando poderia utilizar material disponível na sua região”, argumenta o deputado.

O projeto altera o parágrafo 13 do artigo 62 da Lei Complementar 38, de 21 de novembro de 1995, para permitir a exploração da reserva legal com propósito comercial mediante manejo florestal sustentável, nos tipos de vegetação Floresta, Cerrado e Campos Gerais, desde que previamente aprovado pelo órgão competente. A proposta determina que o Poder Executivo regulamentará a lei no prazo de 90 dias a partir da publicação, e que a legislação entrará em vigor 30 dias após sua publicação.

 

IMPACTO ECONÔMICO

A mudança tem potencial de reduzir custos operacionais das usinas, que atualmente dependem de biomassa artificialmente plantada, como eucalipto, para produção de bioenergia. Com o PLC, as indústrias poderão utilizar a madeira de áreas de reserva legal manejadas de forma sustentável, alinhando-se às diretrizes da legislação federal.

“Isso é o mínimo que temos que fazer. É um absurdo buscar madeira a 700, 800 quilômetros, quando há material disponível próximo das indústrias”, declaraNininho. O projeto reforça a segurança jurídica para investidores e produtores rurais, ao estabelecer normas claras para o manejo florestal com finalidade comercial.

 

EFICIÊNCIA ENERGÉTICA

O PLC do deputado Nininho também visa reduzir a emissão de dióxido de carbono (CO?) na atmosfera. Atualmente, a legislação estadual exige queima controlada do material lenhoso do cerrado e dos campos gerais, procedimento que contribui para a emissão de gases de efeito estufa. Com a proposta, a madeira poderá ser aproveitada economicamente nas indústrias, diminuindo a necessidade de queimadas e promovendo eficiência energética.

De acordo com o deputado, a proposta está alinhada às práticas de sustentabilidade ambiental e econômica. “Com este projeto, ajudamos a indústria, protegemos o meio ambiente e ainda promovemos desenvolvimento econômico. É uma solução que beneficia todo o estado de Mato Grosso”, afirmNininho.

 

SETOR ENERGÉTICO

O Mato Grosso possui diversas usinas de etanol de milho em operação e em processo de instalação, em municípios como Lucas do Rio Verde, Sorriso, Sinop e Campos de Júlio. A produção de bioenergia é considerada estratégica para o estado, que lidera a produção de etanol de milho no Brasil.

O aproveitamento da madeira local permite reduzir custos logísticos e aumenta a competitividade das usinas, ao mesmo tempo em que evita desperdício de vegetação nativa. A regulamentação proposta pelo PLC deve detalhar critérios de manejo sustentável, assegurando que a cobertura vegetal e a biodiversidade sejam preservadas.

O deputado Nininho espera apoio dos colegas para a tramitação do projeto. “Peço aos meus pares que aprovem a proposta. É um projeto de interesse de todos nós e do estado de Mato Grosso”, conclui. A aprovação do PLC deve criar um marco regulatório estadual que harmonize legislação estadual e federal, promovendo desenvolvimento econômico e redução de impactos ambientais.

 

Redação: Sérgio Ober

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Redação GNMT