Wellington Fagundes articula filiação de Bolsonaro no Partido Liberal

O senador mato-grossense Wellington Fagundes (PL) está no centro das negociações para tentar atrair o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) para o Partido Liberal. Atualmente, a legenda disputa a atenção do chefe do Executivo com o Progressistas.


A possibilidade de filiação foi discutida em uma reunião realizada no apartamento do senador em Brasília, na última quarta-feira (20), com participação da cúpula da legenda e da deputada bolsonarista Bia Kicis (PSL-DF).

Segundo Fagundes, o jantar em sua casa serviu para analisar a atual conjuntura e há uma grande possibilidade de que Bolsonaro opte pela legenda para sair candidato à reeleição em 2022.

 É um partido bem organizado nacionalmente, com tempo de televisão, fundo eleitoral, tudo que um candidato à majoritária precisa

“É bem provável que ele vá. O PL, hoje, é o terceiro maior partido na Câmara, são 43 deputados. É um partido bem organizado nacionalmente, com tempo de televisão, fundo eleitoral, tudo que um candidato à majoritária precisa”, afirmou.


“Hoje, tem grande possibilidade do Bolsonaro vir ao PL, porque é o partido que tem sido mais fiel, que mais o tem ajudado na governabilidade, porque você precisa de aliança para governar”, disse.


Bolsonaro não deu um prazo ainda para tomar a decisão, mas segundo o senador, o próprio filho do presidente, senador Flávio Bolsonaro (Patriota), tem cobrado que a resposta do pai seja dada o mais rápido possível, em razão da proximidade do pleito eleitoral.

 

“Porque para qualquer partido que ele for, isso significa ter uma mudança muito grande no quadro político”, avaliou Fagundes.


As chances estão favoráveis ao PL, principalmente porque o presidente teria, como contrapartida, o controle sobre diretórios regionais e direito a indicações de candidatos nas próximas eleições.


 Segundo o senador, em Mato Grosso, por exemplo, o controle do presidente sobre o Diretório Estadual “não seria um problema”.



Apoio para o Senado


 Caso Bolsonaro se filie ao PL, deve arrastar consigo boa parte dos aliados, principalmente aqueles que ainda estão no PSL. Em Mato Grosso, o nome do candidato ao Senado que receberia o apoio dele, já anunciado, seria o do deputado federal José Medeiros (Podemos).


Questionado se não haveria um conflito no partido em razão da sua possível candidatura à reeleição, Fagundes negou, relembrando que Medeiros divide a mesma base eleitoral que ele, em Rondonópolis (a 218 km de Cuiabá), e foi candidato em sua chapa.


 Além disso, avaliou que a permanência de Medeiros no Podemos também não é certa, em razão das discussões sobre a possível filiação do ex-juiz Sérgio Moro ao partido para sair candidato à Presidência da República.


“O Medeiros já falou que se o Moro for para o Podemos, ele não ficará lá. E será bem-vindo ao PL. Eu espero – seria muito mais fácil – se ele for candidato à reeleição. Agora, claro que isso será um entendimento a ser feito daqui até as convenções partidárias”, disse.


“A disputa é natural na democracia e eu tenho respeito por todos que vierem a ser candidatos, porque é um direito de todo cidadão”, completou.



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Redação GNMT