Junho é marcado como o mês de combate à violência cometida contra a pessoa idosa. E o lembrete se faz bastante necessário. Isso porque, o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH) divulgou um balanço de dados do “Disque 100” que relata que, de janeiro a junho deste ano, foram registradas mais de 35 mil denúncias de violações cometidas contra esse público.
Destas, 16 mil ocorreram na casa onde residem a vítima e o suspeito e, entre os agressores, os filhos constam como os principais autores pelo crime.
Ainda de acordo com os dados do MMFDH, foram constatados quase seis mil registros de casos em que as vítimas possuem faixa etária entre 70 e 74 anos. E contra aqueles com mais de 90 anos, foram 2,5 mil. O médico do sistema Hapvida responsável por coordenar a equipe de saúde da família, Bruno Sampaio, explica que atualmente 15% da população brasileira é composta por idosos.
E a projeção, segundo o profissional, é de que, até 2030, esse número chegue a 25%. Por isso, reforça, há a necessidade de que as famílias cuidem, acompanhem e promovam o bem-estar. Isso porque, comenta, o cuidado envolve uma série de ações que vão desde manter o bem psíquico, alimentar e social.
“Esse cuidador precisa garantir a autonomia, prática de atividade física, alimentação saudável e vida social. Ele também alertou para que as famílias estejam atentas com relação ao fato de idosos apresentarem problemas de saúde e que alguns sintomas, muitas vezes, podem passar despercebidos. “Estejam atentos à alteração do sono, falta de apetite, agressividade, ansiedade e depressão”. Sampaio argumenta que esses sinais são motivos para que familiares procurem o atendimento de saúde o quanto antes.
Proteção
Quem souber ou presenciar qualquer tipo de violação aos direitos humanos e, nesse caso, contra a pessoa idosa, pode fazer uma denúncia anônima pelo Disque Direitos Humanos (Disque 100), diariamente, 24 horas por dia, inclusive aos finais de semana e feriados. As ligações podem ser feitas em todo o Brasil por meio de discagem direta e gratuita para o número 100 e pelo WhatsApp (61-99656-5008).
Há ainda a possibilidade de relatar o caso pelo aplicativo Direitos Humanos Brasil, no qual o cidadão com deficiência encontra recursos de acessibilidade para denunciar.