Em manifestação técnica emitida nesta segunda-feira (14), a Secretaria de Estado de Saúde descarta um caso suspeito de reação neurológica grave após vacinação contra a covid-19. O documento reforça que não há evidências para estabelecer, no caso analisado, uma relação causal entre o quadro de mielite transversa aguda e a vacina.
Um segundo caso está em investigação e, assim que o parecer for concluído, a SES divulgará o resultado. A informação de que havia sido confirmada a existência de “dois casos oficialmente notificados de reação neurológica grave pós vacinação de covid-19” foi divulgada equivocadamente na última semana e viralizou por meio de um vídeo.
Em contrapartida, a manifestação técnica enfatiza que as infecções causadas por microrganismos como Enterovírus, vírus do Nilo Ocidental, vírus do Herpes, HIV, vírus da leucemia de células T humanas tipo 1 (HTLV- 1), vírus Zika, neuroborreliose (Lyme), Mycoplasma, Treponema pallidum e coronavírus podem levar a complicações que resultam no desenvolvimento da mielite transversa aguda.
Isto é, evidências médicas apontam que o risco pelo contato com o vírus é substancialmente maior do que aquele causado por diferentes tipos de vacinas.
Nas últimas décadas, foram descritos raros casos de doenças do sistema nervoso em todo o mundo, relacionados às vacinas como: influenza (21 casos), vírus do papiloma humano-HPV (9 casos), hepatite A ou B (8 casos), raiva (5 casos), sarampo (5 casos), rubéola (5 casos), febre amarela (3 casos), antraz (2 casos), meningococo (2 casos) e tétano (2 casos).
Neste mesmo contexto, outro estudo – realizado entre os anos de 2007 e 2012 – encontrou apenas 7 casos de mielite transversa entre 64 milhões de doses de vacina. As taxas relativamente baixas indicam a raridade deste tipo de evento.
A manifestação técnica concluiu que os benefícios das vacinas superam os raros riscos neurológicos causados pelos diversos tipos de vacina disponíveis. (Com informações da assessoria)