Recursos da Covid-19: Observatório quer incluir Rondonópolis na CPI da pandemia

O Observatório Social de Rondonópolis (OSR), organismo que atua em prol do controle social, encaminhou para o Senado Federal, em Brasília, um ofício solicitando ao presidente da CPI da Covid, senador Omar Aziz (PSD-AM), que as denúncias de superfaturamento contra o Município de Rondonópolis em relação aos recursos federais para enfrentamento da Covid-19 sejam investigadas pelos senadores.

“Resta clara a necessidade que esta CPI investigue como a Prefeitura de Rondonópolis aplicou os recursos públicos federais que foram encaminhados para o enfrentamento da Covid-19, já que chegou ao ponto de formar fila para leito de UTI, não sendo estas disponibilizadas, não havendo transparência necessária e aquisições que ensejam muitas dúvidas que devem ser esclarecidas, registrando a resistência dos vereadores da base do prefeito em cumprir o papel fiscalizador que se espera encontrar no Senado Federal, por meio desta CPI que visa esclarecer à Nação ocorrências que contribuíram para a perda de centenas e milhares de vidas”, diz um trecho do documento assinado pela presidente do OSR, Lenice Almeida.

Ainda conforme o documento, houve um clamor para que fosse instaurada uma CEI pela Câmara Municipal, que se revelou em mais um episódio vergonhoso para a cidade de Rondonópolis, diante de manobras feitas por vereadores partidários do prefeito que obstaram a sua instauração, deixando os edis de cumprirem o seu dever de fiscalização, quando nove votos contrários valeram mais do que dez votos favoráveis, já que houve uma abstenção, impedindo que o presidente pudesse votar, hipótese que se verificada, garantiria a maioria, o que permitiria a investigação.

“Há ainda que ser ressaltado que há um claro desvio na aplicação das verbas encaminhadas a Rondonópolis destinadas à aplicação no combate à pandemia de Covid-19, havendo veto pelo prefeito às emendas do Projeto de Lei que destinavam as verbas federais de R$ 30 milhões para o enfrentamento à Covid. Tal fato foi objeto de questionamento judicial, havendo decisão do Superior Tribunal de Justiça, que ordenou a aplicação da verba referida ao fim a que se destina, ou seja, no enfrentamento à Covid-19. Ressalta-se que até o momento, foram registrados 746 óbitos pela doença, noticiando o Jornal A Tribuna do dia 11/05/2021, que foram computados 15 óbitos neste final de semana”, explica outro trecho do ofício.

O documento encaminhado para o Senado faz ainda todo relato das suspeitas de superfaturamento de preços a compras que seriam para enfrentamento da pandemia, com a aquisição de papel toalha e papel higiênico no valor de R$ 715.870,00, sendo firmado o contrato nº 388/2020 com a empresa R. Merlim Rocha da Silva ME, com claro sobrepreço, a aquisição de material de limpeza (água sanitária, desinfetante, detergente, sabão em pó, sabonete líquido, limpador, saco de lixo 100l e saco de lixo hospitalar), cujo valor contratado foi de R$ 597.070,00 e também a aquisição de equipamentos médico- hospitalares (ventiladores pulmonares) para o funcionamento de novos leitos de UTIs destinados ao enfrentamento da Covid-19, no valor de R$ 4.136.000,00, caso que se tornou um escândalo nacional, haja vista que a empresa recém-aberta, com sede em Palmas-TO, exigiu pagamento à vista, mas fez a entrega de equipamentos falsos.



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