Em decisão unânime proferida nesta semana, o Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso (CRM-MT) suspendeu o registro profissional do médico Bruno Gemilaki Dal Poz, de 28 anos, preso no dia 23 de abril por participação nos assassinatos de Rui Luiz Bogo, de 68 anos, e Pilson Pereira da Silva, de 80, além de outras duas tentativas de homicídio.
O crime aconteceu no município de Peixoto de Azevedo, em 21 de abril deste ano. Além de Bruno, participaram da ação criminosa a mãe dele, a pecuarista Inês Gemilaki (48), e o cunhado dela, Eder Gonçalves Rodrigues, ambos presos dois dias após o crime. O caso chocou a cidade no norte do estado.
Em nota pública, o CRM-MT informou que analisou a recomendação de interdição cautelar da licença do médico e os conselheiros, de comum acordo, aprovaram a interdição total do exercício profissional do médico, por entenderem que o seu envolvimento nos crimes resulta em dano irreparável ou de difícil reparação ao prestígio e bom conceito da profissão.
O CRIME
O duplo homicídio ocorreu durante uma confraternização de amigos no dia 21 de abril, em uma residência localizada no bairro Alvorada, em Peixoto de Azevedo. Inês, Bruno e Eder invadiram o local e efetuaram diversos disparos de arma de fogo, matando Rui e Pilson.
Leia Também: Acompanhante assusta com membro, nega anal e denuncia cliente
Além deles, o padre José Roberto Domingues, amigo de Rui, recebeu um disparo na mão, mas sobreviveu. Durante a invasão, Bruno iniciou os disparos, seguido por Inês. Enquanto isso, Eder fazia a contenção de pessoas que estavam no local e garantir que ninguém tentasse entrar na casa para socorrer as vítimas.
O alvo do grupo era o garimpeiro Enerci Afonso Lavall, conhecido como “Polaco”, dono da residência onde ocorreu o crime. Conforme a Polícia Civil, a motivação do ataque foi uma dívida que Inês tinha com “Polaco” em um contrato de locação de imóvel. No entanto, no momento em que tentou disparar contra seu alvo, a arma de Inês falhou pelo menos três vezes.
O Ministério Público entendeu que o homicídio foi cometido por motivo fútil. Além disso, o grupo ainda utilizou de recurso que dificultou a defesa das vítimas.
NOTA PÚBLICA do CRM
O Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso (CRM-MT) informa à sociedade que, nesta terça-feira (21.05), analisou a recomendação de interdição cautelar do médico Bruno Gemilaki Dal Poz, denunciado pelo Ministério Público por participar de quatro homicídios qualificados, sendo dois consumados e dois tentados, no município de Peixoto de Azevedo, em 21 de abril deste ano.
Por unanimidade, os conselheiros aprovaram a interdição cautelar total do exercício profissional do médico por entenderem que o seu envolvimento nos crimes que ocorreram em Peixoto de Azevedo resulta em fundado receio de dano irreparável ou de difícil reparação ao prestígio e bom conceito da profissão médica, circunstância que autoriza a aplicação da interdição cautelar, conforme prevê o art.. 30 do Código de Processo Ético-Profissional.
A análise do caso por parte dos conselheiros observou tanto a ação de Bruno, apontado pelo Ministério Público como um dos autores dos crimes, quanto sua omissão ao não prestar socorro às vítimas.
A suspensão do exercício profissional do médico passa a valer imediatamente após o Conselho Federal de Medicina referendar a decisão do CRM-MT.