O ex-vereador e ex-presidente do Serviço de Saneamento Ambiental de Rondonópolis (Sanear), José Ferreira Lemos Neto, o Juca Lemos, fez uma revisão histórica do processo de municipalização da água de Rondonópolis.
Ele explicou que o processo começou na metade da década de 90. “Recordo-me que antes das eleições de 96, vasculhando documentos do meu primeiro mandato(89 a 92) , encontrei copia sobre a Concessão da água e esgoto feita por Rondonópolis para o Estado de MT, a qual, findaria em 95. Me dediquei ao tema, o qual, tinha também o saudoso vereador Luiz Fernando de Campos, que já defendia a municipalização do sistema de água e esgoto. Em 96 eu fui eleito e ele não. Uma pena, pois era um combativo e inteligente parlamentar”, disse.
O ex-vereador ainda explicou que em 1997, iniciou um processo de gestão compartilhada entre o município de Rondonópolis e o Estado de MT. “Se não me falha a memória, o João Klimaschesvisk, foi o primeiro chefe desta forma de gestão, chamava-se então de DAE- Departamento de agua e esgoto. Depois vieram os saudosos Emanoel Bezerra e o João Carlos Marques”, completou.
Juca lembrou que a partir de 98, foi feita uma nova discussão com relação ao sistema de água, ele explicou que com o programa de privatização da gestão do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, o sistema de água de Rondonópolis passou a chamar a atenção. “Aqui virou um desejo de consumo, pois, muitos políticos e empresários queriam abocanhar o grande tesouro que era o sistema de água e esgoto em nossa cidade”, destacou.
“O debate foi intenso, convidei o presidente da primeira autarquia de agua e esgoto do Brasil, criada em 1961 da cidade de Porto Alegre, administrada pelo PT. O amigo, Arnaldo Dutra, aqui veio e fizemos uma grande audiência publica lá na UFMT. A grande maioria da população, foi convencida de que o melhor caminho seria a criação de uma autarquia municipal”, completou
Ele ainda disse que, ainda no final da década de 90, com a ajuda do engenheiro Marcos Antônio Ribeiro dos Reis, que também foi presidente da autarquia, foi criada uma Lei Municipal garantindo a criação do Sanear.
Além de Reis, assumiram o Sanear, Willian Gripp e o próprio Juca Lemos.
Lemos lembra que na sua gestão fez alguns ajustes que geraram desgastes. Ele cita a questão da troca de hidrômetros que gerou muita discussão. “Ocorria que antes não tinha hidrômetro funcionando e muita gente pagava a taxa mínima, tinha casa com piscina pagando R$ 5,00 de água e com o hidrômetro muita gente passou a pagar e isso me gerou degastes e não foi nada disso, não teve aumento, apenas a água passou a ser medida”, comentou.
“Se não tivesse feito isso, acho que a nossa água corria risco de ser vendida de novo, pois a conta não fechava naquele momento”, justificou.
Juca ainda disse que na sua gestão, pela primeira vez, o Sanear teve caminhões compactadores de lixo, algo que não tinha na cidade. A compara de cinco caminhões foi feita na modalidade de leasing.