A cidade de Rondonópolis, a maior do interior de Mato Grosso, perdeu na manhã desta quarta-feira (1) um dos seus principais símbolos de luta do Movimento Comunitário. Faleceu, aos 62 anos, Hilda Francisca do Nascimento, popular “Hilda Furacão”.
Hilda, que teria sido vítima de um infarto, é reconhecida pela comunidade e por toda classe política como um dos grandes nomes da história da cidade, responsável por emergir lideranças políticas estaduais nas últimas décadas.
A líder comunitária, com mais de 30 anos de atuação no setor, já foi citada no Congresso Nacional em discursos do atual senador, Wellington Fagundes (PL), do ex-senador, Pedro Taques, e pelo atual deputado federal, José Medeiros (PL).
“Furacão” nasceu no estado de Pernambuco, no dia 4 de janeiro de 1961. Ela era moradora do bairro Vila Olinda desde o ano de 1992, sendo o principal nome a lutar para a chegada do asfalto não só no seu bairro como nos vizinhos Pedra 90 e Parque Universitário.
Tem ainda como serviços prestados à comunidade a conquista de unidades de saúde, escolas e até um parque ambiental para a região Salmen. Militou na UNISAL, agremiação que representa todos os bairros da região, e teve marcante trajetória política, inclusive sendo candidata a vereadora em duas oportunidades.
Seu apelido, segundo o folclore político local, não era à toa. Hilda era conhecida por mover de sua frente o que fosse preciso para conseguir atingir seu objetivo, que em todas as vezes consistia em ajudar o próximo.
Dedicava-se semanalmente à produção e distribuição de um “sopão” a pessoas necessitadas. Hilda deixa o esposo, três filhos, netos e uma infinidade de admiradores.
Em entrevista, na manhã desta quarta-feira (1), no programa “Passando a Limpo”, apresentado por Agnelo Corbelino, na 105Fm de Rondonópolis, o deputado Medeiros lembrou seus muitos anos de relacionamento com Hilda e enfatizou o quanto ela mereceria o respeito que tinha de todos.
“Cheguei em Brasília em 2015, ainda como senador, me tonei deputado federal e das tantas mentes admiráveis que convivi na capital federal tenho dificuldade de comparar alguém com a Hilda. Sua humildade na maneira de agir vinha sempre carregada junto de uma sabedoria admirável. Tinha uma leitura de cenário e avaliação política, sempre debatendo com argumentos com quem for que seja, que a diferenciava. Isso sem contar na sua incansável luta pela região onde morava. Cito, por exemplo, que para agilizar o serviço de manutenção das luminárias do bairro, ela ela passava durante a noite pintando os postes de vermelho, dessa maneira os técnicos podiam vir durante o dia e saberiam qual precisava de reparo. Era alguém entregue à comunidade, destemida e com uma personalidade que certamente ficará marcada na memória de todos que tiveram a sorte de conviver consigo”, disse o federal, amigo da comunitária.
Nos grupos de discussão política da cidade, em que Hilda fazia questão de participar e interagir diariamente, o luto é generalizado, até mesmo pelos que ousavam confrontar suas ideias.
