Após assinar carta, Mendes diz que presidente mente sobre ICMS

O governador Mauro Mendes (DEM) afirmou ter assinado carta junto a outros líderes de Estado para "falar a verdade" sobre a alta no preço dos combustíveis no país. Ao comentar sobre o assunto, na manhã desta segunda-feira (20), o chefe do Executivo estadual disse que não são verdade os apontamentos do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) a respeito do ICMS.

 

A fala de Mendes, realizada durante evento de assinatura do contrato para construção da primeira ferrovia estadual, vai na contramão dos apontamentos feitos por Bolsonaro. Conforme noticiado anteriormente, o presidente tem franqueado aos Estados a culpa pela alta no valor dos combustíveis, justificando que os aumentos eram reflexo do ICMS.


Contudo, para Mendes e outros 19 governadores, é preciso "falar a verdade" sobre o tema, uma vez que os Estados não teriam aumentado o valor do ICMS. Antes disso, conforme apontam as lideranças estaduais, a alta seria causada pela mudança na política de preços da Petrobras, que passou a cobrar o valor do barril considerando a cotação do dólar e não mais do real.

 

Questionado no evento sobre sua assinatura na carta, o governador foi direto em dizer que participou da manifestação "porque não é verdade (a culpa dos Estados)". Enérgico ao tratar do tema, Mendes reiterou que a Petrobras subiu em 51% o preço dos combustíveis e acrescentou ainda que Mato Grosso não aumenta o ICMS há mais de 10 anos.

 

"Porque não é verdade. É impossível que a gente não possa falar a verdade nesse país. Simplesmente por isso, porque é verdade. A Petrobras aumentou 51% o combustível nesse ano e eu não mexi no ICMS. É o mesmo ICMS há mais de 10 anos. Ponto", disse o governador.

 

Esse novo embate entre o governador e o presidente repete o episódio ocorrido à época da vinda de Bolsonaro a Mato Grosso, quando, ao lado de Mendes, Bolsonaro culpou os Estados pela alta da gasolina e disse que o valor do combustível estava até "barato". Na ocasião, logo após o fim da agenda presidencial, o governo emitiu nota negando a suposta culpa da gestão.

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Redação GNMT