A morte de “Tornozelado” levanta discussões sobre a reincidência criminal e o monitoramento de indivíduos em liberdade condicional

Rondonópolis, MT — O recente confronto que resultou na morte de um homem conhecido como “Tornozelado,” devido ao uso de tornozeleira eletrônica por sua liberdade condicional, trouxe à tona debates sobre a reincidência criminal e a eficácia dos sistemas de monitoramento de pessoas em regime de liberdade assistida.


A morte ocorreu durante uma operação da Força Tática da Polícia Militar em uma área periférica de Rondonópolis, onde o homem foi abordado e, segundo a polícia, teria reagido disparando contra os agentes. Com o óbito de “Tornozelado,” a sociedade local e especialistas em segurança pública discutem a necessidade de revisar o modelo de liberdade condicional e reforçar mecanismos de monitoramento.


Reincidência criminal e segurança pública


Casos como este reacendem as preocupações com a reincidência criminal entre indivíduos em liberdade condicional, especialmente os que são monitorados com tornozeleiras eletrônicas. Em várias cidades brasileiras, esses dispositivos, que deveriam auxiliar na reintegração e garantir o controle sobre pessoas fora do sistema prisional, não têm impedido alguns de voltarem a atividades ilícitas.


Segundo especialistas, o sistema de tornozeleiras eletrônicas ainda enfrenta desafios operacionais, como a falta de recursos e equipes suficientes para monitorar efetivamente os usuários desses dispositivos. Além disso, o crescente número de pessoas em regimes de liberdade condicional sobrecarrega o sistema, que frequentemente falha em acompanhar possíveis desvios.


A necessidade de reformulação do sistema


Para o sociólogo e especialista em segurança pública, Carlos Mendes, o caso evidencia a fragilidade do atual modelo de monitoramento. “A tornozeleira eletrônica é uma ferramenta, mas, sozinha, não resolve o problema da reincidência. Precisamos de políticas mais abrangentes, que considerem apoio psicológico, oportunidades de trabalho e acompanhamento social efetivo para ajudar na reintegração”, afirma Mendes.


Enquanto isso, a Polícia Militar e autoridades de Rondonópolis reforçam que operações em áreas com altas taxas de criminalidade devem continuar, com o objetivo de garantir a segurança pública. Contudo, organizações de direitos humanos alertam para a importância de investigações rigorosas em casos de confronto com a polícia, para que o uso da força letal seja sempre justificado.


Eficácia e futuro do monitoramento eletrônico


Este caso aumenta a pressão por melhorias nos sistemas de monitoramento e em políticas que incentivem a reabilitação dos egressos do sistema prisional. A revisão de programas de liberdade assistida e o fortalecimento de mecanismos que ofereçam apoio social e psicológico aos que buscam recomeçar são apontados como essenciais para reduzir a reincidência e o impacto negativo na segurança pública.


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Redação GNMT