Muvuca: trajetória marcada por polêmicas, brigas e dependência;


O jornalista José Marcondes dos Santos Neto, o “Muvuca”, que morreu na noite de segunda-feira (28) depois de atirar contra a ex-namorada e dar um tiro na própria cabeça, tem uma vida marcada pela atuação política, polêmicas e problemas na Justiça.

Candidato derrotado ao Governo, Câmara de Cuiabá e Câmara dos Deputados, Muvuca teve alguns inimigos notórios, entre eles o ex-governador Pedro Taques, que o acionou ao menos seis vezes na Justiça.

 Em uma das ações, Taques pediu um exame toxicológico no jornalista.

 Muvuca reconheceu a dependência e atribuiu seu início no mundo das drogas a uma prisão, considerada por ele injusta, em uma operação da PF em 2008, época em que ele era servidor da Sema.

Aliás, durante o Governo Taques ele foi uma das vítimas do esquema de interceptações telefônicas ilegais que tornou-se conhecido como “Grampolândia Pantaneira”.


Breve currículo


 Natural de Alto Paraguai (a 420 km de Cuiabá), José Marcondes dos Santos Neto morava em Cuiabá há mais de 20 anos, onde se formou em Comunicação Social e abriu seu próprio site de notícias, batizado em homenagem ao seu apelido, o “Muvuca Popular”.


  Muvuca – que ganhou ainda mais notoriedade ao fazer como seu grande inimigo político, o ex-senador e ex-governador de Mato grosso, Pedro Taques – se aventurou nas urnas, tendo sido candidato ao Governo do Estado e também à Câmara de Cuiabá e à Câmara dos Deputados.


Em 2008, quando ocupava um cargo de direção na Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Sema), foi preso por crime ambiental durante a Operação Termes, desencadeada pela Polícia Federal.

 

Ele foi exonerado do cargo após o episódio e sempre negou qualquer tipo de envolvimento no esquema. Segundo relatou em entrevistas, na mesma época, em razão da prisão, passou a ter problemas com drogas, tornando-se viciado em crack.


A sua dependência veio à tona em março de 2013, após o então advogado de Pedro Taques revelar uma decisão judicial que determinava a realização de exame toxicológico no jornalista e acusá-lo de ser usuário de drogas desde 2006.


A polêmica envolvendo o então senador Pedro Taques e Muvuca começou no final de 2011, quando o jornalista publicou uma série de artigos na imprensa acusando o parlamentar de fazer parte de uma “Máfia dos Combustíveis”.


Ele foi acionado pelo menos seis vezes por Taques na Justiça, sendo acusado pelo ex-senador de fazer ameaças em postagens no Facebook, inclusive com fotos portando armas.


Ainda em 2013, a briga entre os dois subiu de patamar, após o então senador acionar a Polícia Legislativa após ver o jornalista dentro do Congresso Nacional.


No ano seguinte, Muvuca saiu candidato ao Governo do Estado, tendo como uma de suas principais bandeiras a criação de clínicas para recuperação de dependentes químicos.


Posteriormente, veio à tona que o jornalista era uma das vítimas do esquema de interceptações telefônicas ilegais que tornou-se conhecido como “Grampolândia Pantaneira”, cujo escritório de arapongagem funcionava dentro da Polícia Militar.


 Sua última tentativa nas urnas foi em 2020, quando tentou uma vaga na Câmara Municipal de Cuiabá, não obtendo êxito novamente. 


 

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