O deputado federal José Medeiros (Pode) considerou “um desperdício” a troca do modal VLT pelo BRT, anunciada pelo governador Mauro Mendes (DEM). Incomodado, ele encaminhou pedido ao Tribunal de contas da União (TCU) e Procuradoria-Geral da Pública (PGR) que seja investigada a decisão.
“Encerrar as obras do VLT significa um desperdício dos recursos públicos já empregados na construção deste modal. Afinal, mais de R$ 1 bilhão foi gasto. Mudar de modal a esta altura e implantar um BRT apenas geraria um novo gasto de recurso público, sem qualquer garantia de conclusão”, argumenta Medeiros em ofício encaminhado às instituições.
Ele defende a conclusão do VLT e lembra que parte das obras já foram finalizadas. Considera o modal a melhor escolha e critica a demora sobre o assunto. O VLT foi anunciado pelo ex-governador Silval Barbosa como parte das obras para a Copa de 2014. Após investigações, Silval disse em delação que teria recebido propina para dar seguimento ao VLT.
“Não se pode aceitar que o dinheiro do povo seja desperdiçado dessa maneira e que Cuiabá continue a sofrer com um canteiro de obras inacabado no meio da cidade”, considera Medeiros no pedido que ainda será apreciado pelo TCU e pala PGR.
Governo pede mudança
O Governo de Mato Grosso pediu ao Ministério do Desenvolvimento Regional a autorização para substituir a execução das obras do VLT pelas do BRT, movidos à eletricidade em Cuiabá e Várzea Grande.
O ofício foi enviado na última sexta (18) ao ministro Rogério Marinho, que comanda a pasta. Também devem analisar a solicitação a Caixa Econômica Federal e o Conselho Curador do FGTS, uma vez que há recursos desses órgãos vinculados ao VLT.
Para implantar o VLT, o Governo de Mato Grosso já pagou R$ 1,066 bilhão ao consórcio VLT (empresas CR Almeida e a espanhola CAF), que era responsável pela obra, e mais de R$ 546 milhões em juros e amortizações do financiamento feito para tornar o modal uma realidade em Cuiabá.
As obras do VLT foram iniciadas em 2012 e estão paradas desde dezembro de 2014. O orçamento inicial para implantação do modal era de R$ 1,477 bilhão.