Técnico do Palmeiras critica critérios da CBF, cobra arbitragem independente e diz que o problema vai muito além do Palmeiras: “É o futebol brasileiro que está doente”
Após o empate entre Palmeiras e Cruzeiro, o técnico Abel Ferreira fez um discurso contundente na coletiva pós-jogo. O treinador português, visivelmente irritado com os critérios da arbitragem e a falta de profissionalismo no comando do futebol nacional, afirmou que o problema “é profundo” e “atinge todas as equipes, não apenas o Palmeiras”.
“Não é futebol de botão. Isto é futebol profissional, empitado por amadores que precisam de ajuda. É preciso criar uma arbitragem independente da CBF, com mais árbitros, reciclagem e salários condizentes com o nível do futebol brasileiro”, disparou Abel.
O treinador criticou o tratamento desigual dado a árbitros que cometem erros semelhantes. Citando casos recentes, apontou “dois pesos e duas medidas” na atuação da comissão de arbitragem da CBF.
“Um é congelado, o outro continua a apitar. Que critério é esse? Não entendo. O que me preocupa não são os erros, mas a falta de coerência e de transparência”, afirmou.
Abel ainda defendeu a criação de um núcleo independente de arbitragem, fora da estrutura da CBF, e destacou que já viu soluções semelhantes funcionarem em outros países, como Portugal:
“Lá se resolveram os problemas de calendário, de gramado e de arbitragem. É possível fazer, mas é preciso coragem para romper com o que existe hoje.”
O treinador também lamentou a narrativa de que o Palmeiras seria favorecido pela arbitragem, chamando-a de “hipócrita e injusta”.
“Todas as equipes já foram beneficiadas e prejudicadas. Flamengo, Grêmio, Cruzeiro, São Paulo. Não é o Palmeiras. O problema é do futebol brasileiro. É sistêmico”, reforçou.
Ao fim da coletiva, Abel disse não falar apenas em nome do clube, mas de todos os profissionais que querem ver evolução no esporte nacional.
“Eu não vim para o Brasil para sofrer, vim para ajudar o Palmeiras e o futebol brasileiro a melhorar”, concluiu.