A Federação Paulista de Futebol decidiu realizar jogos das categorias Sub-11 e Sub-12 com portões fechados no último fim de semana, medida que se repetirá na próxima rodada. A iniciativa é uma resposta ao aumento de casos de ofensas a crianças, incluindo injúria racial e homofobia, registrados ao longo da temporada.
A entidade destaca que a decisão tem caráter educativo, com o objetivo de que pais e profissionais do futebol reflitam sobre o comportamento nos estádios e ajudem a manter um ambiente seguro e saudável para os jovens atletas. Entre os incidentes registrados, torcedores chegaram a atirar objetos no gramado e, em alguns casos, compareceram às partidas portando arma de fogo.
Em 2025, a Federação contabilizou 46 ocorrências envolvendo torcedores nas categorias Sub-11 e Sub-12, 14 a mais do que na temporada passada. Apesar de campanhas educativas, os problemas persistiram.
O psicólogo Eduardo Silo, com 30 anos de experiência no trabalho com atletas, alerta que a pressão excessiva dos pais prejudica o desenvolvimento das crianças:
“Sem um ambiente lúdico e prazeroso, fica mais difícil desenvolver o potencial dos jovens. Essa sobrecarga transforma o futebol em trabalho excessivo e, para uma mente muito jovem, pode levar à desistência. Perdemos muitos talentos justamente por causa desse modelo.”
Fechar os portões é, portanto, uma medida da Federação para garantir que o futebol de base seja um espaço seguro, educativo e divertido, priorizando a formação saudável e o crescimento das crianças.