O Flamengo sofreu uma dura derrota na noite deste domingo, ao perder de 4 a 1 para o Botafogo no Nilton Santos, pelo Campeonato Brasileiro. Foi a primeira goleada tomada sob o comando de Tite, que elogiou o rival na entrevista coletiva após a partida, mas afirmou que o Rubro-Negro" não pode levar quatro gols".
- Parabenizar o Botafogo pelo grande jogo que fez, manteve o nível muito regular no primeiro e segundo tempo, sempre em alto nível. Futebol tem que saber olhar para o outro lado e reconhecer, mesmo tendo toda dor da derrota. Flamengo não pode perder de 4 a 1, não pode tomar quatro gols, temos consciência disso. Mas tem ao mesmo tempo que considerar fatores importantes.
Questionado sobre a escolha por Victor Hugo no lugar de Arrascaeta quando o uruguaio saiu machucado no início do jogo, mesmo tendo Lorran no banco, Tite preferiu não explicar:
- Quando pega situações específicas é muito pontual, não é do meu perfil. Quando a equipe perde, ela perde no seu contexto, perde no seu conjunto. Se tivesse entrado bem (Victor Hugo), com bons resultados, a pergunta seria inversa. O conjunto todo nosso não teve, e principalmente quando foi no segundo tempo que a equipe foi se desmanchando em termos físicos. Foi caindo, caindo, caindo, e a gente olhava e percebia isso. E a intensidade do Botafogo permaneceu porque tem qualidade, verticalidade, e um time de estrutura física e com um dia a mais de recuperação.
Veja outras respostas de Tite:
- Os aspectos físicos são levados em consideração, mas é o conjunto todo, inclusive o tático de ter que mudar e estruturar a equipe. É do conjunto da obra, sim, do que precisa melhorar e recuperar. (...) Sabe o que o Nico (De la Cruz) falou para mim: "Professor, desculpa, eu não tinha condições". Não tem que pedir desculpa. Se não tem condição, não vai. E vou repetir todas as situações que foram passadas antes de vir para esse jogo, quando nós vencemos. Quantas pessoas já colocaram do calendário? Eu entendo a colocação, o torcedor, que está tão chateado quanto eu.
- Discernimento para que se tenha compreensão. Se não fica "ganhou, que beleza". O futebol não é assim. E há sim a relação de saúde. (...) Quando nós vencemos quarta coloquei isso, então não é oportunista porque não perdemos. Ouçam e vejam a entrevista do Carlo Ancelotti. Ele diz que está programando férias para os atletas no meio da temporada porque o calendário é impossível. Não é só a gente, e não é desculpa. Estamos chateados, perdemos, não queríamos tomar quatro, é um clássico, dói, estamos tristes... Tudo verdade, mas um pouco de bom senso.
- Nós tínhamos que jogar dois jogos em um só, esse e o de quinta. Se eu deixo o Gerson e estoura o Gerson, foi porque nós planejamos isso. Se estoura o Gerson, já está com o Arrascaeta, fica com outro jogador. E precisava (tirar) ou não teria o Gerson na quinta.
- Ela teve tanto no primeiro tempo quanto no segundo. E foi a mesma mudança que fez com que nós vencemos o Palmeiras por 2 a 1 no jogo conjugado de 200 minutos. Você começa a utilizar na necessidade de dar saúde. Não é poupar ninguém, é de dar saúde, ter o mínimo de saúde mesmo correndo o risco de o desempenho cair. Não queria tirar o Gerson. Assim como o Ayrton e o Fabricio. As quatro substituições foram planejadas. Estamos tristes, mas estou reconhecendo o grande jogo do Botafogo, senão parece que futebol só joga de um lado.
Matheus Bachi: - Foi desde o início da jogada, não foi só o problema do cruzamento. Ele desencadeou quando teve um salto de pressão, encontraram um passe por dentro, e aí desencadeou. É uma jogada que a gente já sabia que eles tinham, e por isso do ajuste que fizemos na sequência do primeiro tempo e depois no intervalo, para ter um homem a mais na área e liberar os nossos alas para pegar a amplitude dos laterais deles. E ter os dois homens no eixo central para já não ter esse cruzamento. Só que aí, quando não acontece o resultado, fica mais fácil. Mas esse lance começou antes, na pressão alta.
- O fato, sim. Mas da importância às Copas, não. Porque foi inevitável. Contra o São Paulo, era inevitável para ter na sequência uma equipe que preservasse a saúde e performance. Hoje não dava, não tinha condição.
- Léo Pereira zagueiro, e o Fabrício não pode jogar o jogo inteiro porque vinha em outra situação. Não tem o Viña, botar o Varela no lado esquerdo.
- Nós temos que responder da parte técnica e tática, coordenação de movimentos, por que perdeu de 4 a 1, de jogos que não teve que repetir a equipe, de padrão tático, mas tem toda uma direção para falar sobre isso. Não vamos fugir da responsabilidade trazendo situações, não. O grande legado do Silvio Santos foi a marca de bom senso. Bom senso quando se ganha é fácil. Tem que ter bom senso em todos os momentos.