Bolsonaro informa que não vai apoiar Mauro Mendes e frustra Fagundes

A indisposição do presidente impede o "sonho" de Wellington de disputar novamente o Senado Federal dentro do arco de aliança de Mauro.

O atual senador, Wellington Fagundes (PL), que persegue com obsessão a construção de um projeto de reeleição, em 2022, recebeu um “balde de água fria” no seu principal objetivo, vindo direto do Palácio do Planalto, nos últimos dias.


Fagundes foi informado que na discussão sobre sua ida ao PL, o presidente Jair Bolsonaro (PL) deixou claro seus projetos majoritários para vários estados e teria cravado que não vai apoiar Mauro Mendes (UB/DEM), em Mato Grosso.


A má relação entre o presidente e o governador de Mato Grosso se intensificou quando Mauro assinou “cartinhas”, responsabilizando Bolsonaro na pandemia, juntando-se a um grupo de gestores estaduais liderados por Flávio Dino (PSB, ex-PCdoB), do Maranhão, e Wellington Dias (PT), do Piauí.


A indisposição do presidente impede o “sonho” de Wellington de disputar novamente o Senado Federal dentro do arco de aliança de Mauro. A movimentação do senador, que tem a nora, a deputada estadual, Janaína Riva (MDB), como uma das principais articuladoras, visa frear o projeto de Neri Geller (PP) ao Alto Parlamento.


Desde que Bolsonaro desembarcou no PL, Fagundes dá como certa a retirada do atual deputado federal, José Medeiros (PODEMOS), da disputa ao Senado Federal, mesmo com anúncio prévio do presidente que Medeiros seria seu nome ao cargo em Mato Grosso no pleito deste ano.


Com o “caminho aberto”, Wellington começou a se mexer ativamente para emplacar-se como o “senador” do grupo situacionista em Mato Grosso, repetindo estratégia que fez em 2016, quando anulou nomes relevantes por meio de bastidores e alianças, disputando o pleito como favorito absoluto.


Fagundes tem consciência absoluta de sua fragilidade e desgastes com o público bolsonarista (mesmo sendo do mesmo partido do presidente), assim como com boa parte da esquerda (que agora tem o senador como traidor) e em setores regionais, como Rondonópolis, onde possui reduto, mas também uma enorme rejeição.


Diante disso, o veterano tem tentado incutir na cabeça de Geller e daqueles que o cercam, sobretudo a família Maggi, para que o atual deputado federal venha de vice de Mauro e assim seja seu natural sucessor no Governo do Estado, em 2026, o que tiraria Neri do seu caminho.


Ocorre que quem também está de olho no atual cargo de Mauro para daqui quatro anos é Carlos Fávaro (PSD), atual colega de parlamento de Fagundes e um dos maiores apoiadores do projeto de “Neri senador”, travando Fagundes.


Sem a chance de levar o PL para o colo de Mauro, por causa de Bolsonaro, Wellington corre agora contra o tempo para tentar achar uma candidatura a governador relevante no estado, que sirva de palanque a si e ao próprio Bolsonaro.


Uma solução mais óbvia, seria o próprio Wellington costurar um projeto de governador, com apoio de Bolsonaro, o que também pacificaria a questão com Medeiros, que então emplacaria seu projeto ao Senado, cumprindo o enredo inicial do presidente.


Segundo algumas pesquisas recentemente divulgadas, tanto sobre números de Wellington como a liderança absoluta de Bolsonaro no estado, um projeto ao Palácio Paiaguás de Fagundes teria sim viabilidade para ocorrer e enfrentar Mauro com boas chances de vitória.


O líder do PL, contudo, parece preferir a “garantia” de mais oito anos de Senado Federal e eventualmente buscar novamente o Palácio Paiaguás em 2026, em eventual meio de mandato, com risco nulo de ficar sem cargo eletivo.


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Redação GNMT