O preço dos remédios podem subir até 5,6% a partir do próximo sábado (1º de abril), segundo projeção do Sindusfarma (Sindicato das Indústrias Farmacêuticas do Estado de São Paulo). A associação prevê que o aumento deste ano vai atingir cerca de 10 mil medicamentos disponíveis no mercado brasileiro.
A estimativa foi feita com base nas regras que estabelecem o reajuste de preços de medicamentos, como o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), mais fatores de produtividade e de ajustes de preços de cada setor. O reajuste nos remédios é feito anualmente, a partir de 31 de março, pela Cmed (Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos).
O aposentado Gilberto Camargos, morador de Vicente Pires, no Distrito Federal, conta que possui toda renda comprometida com medicamentos. Ele contou que ganha um salário mínimo por mês e gasta mais de R$ 2.000 só com medicamentos.
“É indescritível o tanto que [o reajuste] irá prejudicar a sobrevivência de alguém como eu, que depende de um mínimo possível para sobreviver e ainda tem que gastar tudo com medicamento. Agora sobe o medicamento, mas o salário continua do mesmo jeito”, criticou o aposentado.
Um estudo do Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor) aponta que o teto dos preços dos remédios não impede reajustes abusivos nas compras realizadas pelos consumidores em farmácias. É o caso, por exemplo, do Clavulin, antibiótico, que pode chegar até 86% de diferença nos preços. Já nos medicamentos genéricos, a variação ficou entre 384% no omeprazol, remédio para gastrite, e 91,9% no atenalol, um anti-hipertensivo.
Para a coordenadora do Programa de Saúde do Idec, Ana Carolina Navarréte, o consumidor deve pesquisar em sites ou lojas físicas ou até participar de programas das empresas que pedem o CPF para encontrar os melhores valores.
“O Idec recomenda que o consumidor, primeiro de tudo, pesquise, nunca aceite o primeiro preço que ele encontrar, ele pode fazer isso na internet, ligando na farmácia. Uma outra coisa é avaliar a participação em programas como Farmácia Popular, faz muita diferença um programa como esse e ele pode dar desconto de até 90% em alguns medicamentos.”