De acordo com o médico pediatra do Sistema Hapvida, Dr. Guilherme Vernaschi Steinmetz, a onda das viroses não é um problema amazônico, nem brasileiro, mas, já se confirmou um novo surto em todo o mundo onde tem se notado a presença delas. “Quando se fala de virose é qualquer coisa que seja causada por vírus, podendo ser dengue ou até mesmo covid-19. Mas, popularmente quando a gente fala em virose está se referindo a dois grupos de vírus: influenza e parainfluenza, responsáveis por se apresentar com os nomes de gripe ou resfriado”, destaca o pediatra, que diz ter percebido de forma nítida no final de 2021, pelo período natalino, um surto grande afetando famílias inteiras a iniciar por adulto e se estendendo a outros membros.
De acordo com a percepção do médico, no início de janeiro, houve uma considerável redução no número de casos, mas, na segunda quinzena do mesmo mês, os números voltaram a crescer.
Perguntado se esse surto viral tem a ver com o inverno amazônico, período de forte chuvas em todos os estados da região norte brasileira, o médico diz que não, pois, tem conversado com médicos de todos as regiões brasileiras onde está em período de estiagem e até de outros países, obtendo de lá a informação de que a situação é semelhante. “Aí a gente entra em uma situação que acho curiosa, pois, além da influenza, parainfluenza, coronavírus e dengue, temos outra que apresenta os mesmos sintomas que são as alergias respiratórias com sintomas parecidos com os das viroses”, avalia Guilherme, explicando que a criança pode contrair uma rinite e devido a isso possibilitar a entrada de vírus no organismo.
SINTOMAS E PREVENÇÃO
O médico explica que, geralmente, o quadro mais clássico esperado de uma gripe ou virose são: coriza, tosse, dor no corpo e febre alta. Mas, detalha que a virose que tem se apresentado pode ser confundida com a dengue, já que provoca vômito, diarreia e dor nas juntas. “Já recebi criança com dengue. Por isso, se os sintomas são parecidos, peço logo o teste para chegar ao diagnóstico correto”, admite Dr. Guilherme. Ele recomenda que as medidas de prevenção podem ser as mesmas usadas na pandemia de covid-19, já que as formas de transmissão são as mesmas: lavar as mãos com mais frequência, usar álcool em gel e manter o distanciamento. Caso um adulto da família apresente sintomas de alguma virose, evitar por 7 dias a proximidade com as crianças, dormir em quarto separado, usar máscara e sempre lavar as mãos antes de pegar em objeto de uso comum.
Quanto às visitas aos recém nascidos, devem ser suspensas. A melhor opção é usar a tecnologia de chamadas de vídeos. “É isso que a gente vem aprendendo nos últimos dois anos, basta a gente continuar e quando passar essa fase tudo voltará ao normal”, enfatiza Dr. Guilherme.
TRATAMENTO
Conforme o parecer do pediatra Guilherme, as crianças bem alimentadas, por ter boa imunidade, reagem bem aos ataques dos vírus. Mas, recomenda que, nos primeiros dois dias, os pais precisam observar a persistência dos sintomas: quadro respiratório, febre alta e aspecto abatido. Também devem procurar o serviço médico para que o pediatra direcione o diagnóstico identificando a causa, sem descartar a investigação de dengue e até covid-19, evitando que se evolua para outros quadros clínicos. “Depende muito da condição física da criança. Algumas desenvolvem pneumonia podendo ser internadas com recuperação rápida; outras se recuperam em casa com o uso de medicamentos específicos para os sintomas. Às vezes, a gente não tem o diagnóstico, mas, são os sintomas que direcionam a tomada de decisão”, conclui Dr. Guilherme Vernaschi Steinmetz.