A mãe de Amanda, a cozinheira Naira Rosania Soares Coelho, de 39 anos, contou que quando chegou em casa, a filha disse que a bebê estava no quarto. A própria gestante cortou o cordão umbilical da criança. Segundo Naira, a filha tem um cisto no ovário, o que deixa a menstruação desregulada.
Além disso, ela tem sobrepeso e, por isso, a família não percebeu a gravidez.
"Quando eu vi a criança, fiquei surpresa, mas claro que apoiei a minha filha. Até porque ela quis ficar com a neném e muitas mães às vezes nem querem os filhos”, disse.
Sem enxoval
Por não saber que o bebê estava a caminho, a família não havia preparado nenhum tipo de enxoval ou tinha qualquer vestuário que pudesse ser usado pela criança recém-nascida. Quando a avó recebeu o dinheiro da aposentadoria, ela comprou o básico que a criança precisava, como fraldas e roupas.
Logo em seguida, Naira e Amanda foram a um hospital de Cuiabá. Lá, um dos médicos fez todo o procedimento necessário para certificar que a criança havia nascido da jovem e todos os exames necessários foram feitos.
No entanto, mãe e filha precisaram ir ao Conselho Tutelar para conseguir um documento que seria essencial para fazer a certidão de nascimento no cartório.
Nesse momento, elas se depararam com um obstáculo. O cartório não acreditou que a filha fosse realmente de Amanda.
O 3º Conselho Tutelar de Cuiabá, responsável pela região em que a jovem mora, se comprometeu em se pronunciar sobre o caso. Até o fechamento desta reportagem, não houve retorno.
“Quando chegamos o pessoal de lá [Conselho Tutelar] não acreditou muito que a bebê tinha nascido da minha filha e como precisamos desse documento para registrar a menina, disseram que teríamos que fazer um exame de DNA, só que nós não temos dinheiro para isso”, desabafou.