O atual diretor do Serviço de Saneamento Ambiental de Rondonópolis – Sanear, ex-secretário de Habitação e ex-chefe da representação da maior cidade do interior de Mato Grosso em Brasília, Paulo José Correia (PSB), não tem empolgado o eleitorado rondonopolitano.
Lançado em janeiro como pré-candidato a prefeito da cidade pelo atual gestor, Zé Carlos do Pátio (PSB), que finalizará em 2024 seu último de oito anos de comando da potência mato-grossense, Paulo não tem conseguido agregar apoios.
Apesar do projeto dar todos os indicativos de ser uma ‘barca furada’, o atual prefeito não demonstrou, a aliados, a intenção de trocar o nome na disputa, mesmo após conhecer decepcionante pesquisa recente.
Levantamento
Números do Instituto Percent Brasil, divulgada no site RD News e levantados em mais de 50 bairros da cidade, mostram que apesar das insistentes reuniões feitas por Pátio com Paulo José nas periferias da cidade não estão surtindo efeito. Apenas 2,8% dos ouvidos citou chance de votar no candidato da situação.
A figura de Paulo, que sempre foi um homem de bastidores, não tem passado confiança exatamente pela baixa estima e pouco carisma. Questionado em um encontro recente por uma liderança comunitária, durante um evento, se realmente seria candidato, o próprio Paulo teria dito: ‘é o que tem pra hoje’.
Diante do cenário, a amostragem apontou o atual deputado estadual, Thiago Silva (MDB), na liderança das intenções de voto em Rondonópolis com 24,3% da preferência popular.
Atrás dele surpreendeu o nome do ex-prefeito Adilton Sachetti (Republicanos), que surgiu com 21%, mas com menor potencial de crescimento entre os envolvidos em virtude de ser o que possui a mais alta rejeição.
Outro deputado estadual, Cláudio Ferreira, o Paisagista (PTB), que chamou a atenção com quase 17.500 votos em 2018 na corrida pela Prefeitura pelo pequeno DC e por mais de 21 mil votos locais na campanha vitoriosa de 2022, está em terceiro com 10,8%, percentual que surge muito parecido o ex-prefeito Percival Muniz (MDB), que tem 10,1%.
Outros nomes foram citados como o atual vice, Aylon Arruda (PSD), o atual presidente da Câmara, Júnior Mendonça (PT) e o empresário Marco Túlio Soares, todos com números ainda menores que o de Paulo José.
Espontânea
Na amostragem espontânea, onde não são citados previamente os nomes, o atual prefeito Zé do Pátio, que não poderá concorrer, surgiu com mais de 16% da preferência. Em segundo apareceu Thiago Silva, com 4%, enquanto Sachetti, com 2,8%, e Cláudio Paisagista, surgindo com 2,5%, empatam tecnicamente.
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Análises
Este parâmetro espontâneo, para alguns, é ainda mais sólido para analisar o cenário, que aponta para a ineficiência de Pátio – que não conseguiu eleger a esposa Neuma de Morais (PSB) a deputada federal, em 2022 – em transferir votos. Mesmo o prefeito considerando pessoalmente Thiago Silva um opositor, o seu eleitorado não se comporta da mesma maneira e deve migrar em peso para o atual deputado, que possui bases populares.
Todavia, o jovem emedebista também é uma liderança no meio evangélico e consegue abocanhar importantes fatias do eleitorado de direita e bolsonarista, que deu mais de 82 mil votos, próximo de 65% da preferência rondonopolitana, a Jair Bolsonaro (PL), no segundo turno de 2022, contra Lula (PT).
Silva não acumula, segundo os números, nenhuma rejeição relevante com a direita e esquerda, o que dificulta a vida dos seus adversários. A limitação do crescimento de Adilton, por sua vez, contrastado com o potencial de evolução de Cláudio, deve fazer o chamado ‘voto útil’ também esvaziar o possível projeto do ex-prefeito.
A candidatura de Percival, hoje do partido de Thiago, é hoje pouco provável, tornando sua liderança na cidade, apontada na pesquisa, um outro ponto estratégico também a se considerar no pleito com seu eventual apoio.