'Bolsonaristas' elegem PT para chefiar Câmara de Rondonópolis

O atual presidente Jair Bolsonaro (PL), embora não tenha conseguido se reeleger no último dia 30 de outubro, fez história ao ser o político com mais votos em uma eleição na historia de Rondonópolis, maior cidade do interior de Mato Grosso. Foram 82.752 e quase 65% dos votos válidos, um recorde.

O ‘bolsonarismo’ na cidade, todavia, está muito longe de ter um comprometimento com os princípios ideológicos de direita e o pragmatismo, impulsionado por outros interesses que não os da ‘causa’, fala muito mais alto.

Como se não bastasse ter um prefeito “lulista”, caso de Zé Carlos do Pátio (PSB), os vereadores elegeram, nesta sexta-feira (11), em sessão extraordinária, o único petista disponível para comandar o orçamento da Casa de Leis de uma cidade majoritariamente bolsonarista.

Sem coerência

O advogado Júnior Mendonça (PT) foi aclamado por 16 dos 21 vereadores e chama atenção o voto de cinco pseudobolsonaristas. O médico Dr. José Felipe Horta (PODEMOS) e o subtenente Guinâncio (PSDB), que sempre aparecem com as cores verde amarelo e em manifestações bolsonaristas, votaram em Júnior. Os dois, inclusive, apesar de todos os discursos de redes sociais, também são base e se tornaram aliados da mais alta confiança do esquerdista Pátio.

Já o Investigador Gerson, embora do centrista MDB, se apresenta como apoiador bolsonarista e não só fechou com Júnior do PT como é seu 1º vice-presidente. Também convém citar o suplente Odair Moura (União Brasil), que votou no lugar do titular da cadeira, Marisvaldo Gonçalves (União Brasil), e foi outro a fechar questão pelo petista. Odair é ex-comandante da Polícia Militar e apresentava-se, até então, simpático às causas bolsonaristas.


Talvez o caso mais surpreendente de todos, contudo, é o de Paulo Schuh (DC). Titular da cadeira e o vereador que talvez mais divulgue vídeos e materias bolsonaristas em suas redes sociais, o parlamentar não quis retornar ao seu posto para votar e viu o suplente, Alikson Reis (DC), votar pró-PT. Alikson também era outro que imaginava-se que seria oposição à ideia de comando petista, mas validou.


A única que manteve a coerência foi Kalynka Meirelles (REPUBLICANOS). Afastada do cargo para disputar a eleição para deputada federal, onde marcou mais de nove mil votos e foi a terceira mais votada da cidade, ela fez questão de retomar seu cargo a tempo de votar “não” para o PT.

Composição e mais votos:

Além de Júnior e Gerson, a Mesa Diretora será composta no biênio (2023/2024) pelo 2º Vice-presidente: Reginaldo Santos (SD), 1ª Secretária, Marildes Ferreira (PSB), 2º secretário, Ozeas Reis (PP)


Veja como votaram os demais vereadores:

Além de Kalynka, votaram contra Júnior o veterano Cido Silva e o Dr. Jonas Rodrigues. Apenas dois vereadores estiveram ausentes: Dr. Manoel e Roni Magnani.

Além dos cinco ‘bolsonaristas”, validaram o novo comandante: Adonias Fernandes, Batista da Coder, Beto do Amendoim, Cláudio da Farmácia, Dico, o próprio Júnior Mendonça, Kaza Grande, Marildes Ferreira, Ozeas Reis, Roni Cardoso e Reginaldo Santos.




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Redação GNMT