O governador Mauro Mendes (União) decidiu manter a sua proposta de palanque aberto para todos os presidenciáveis e para os candidatos ao Senado pelos partidos aliados em Mato Grosso. Tanto que Mendes procurou o PT e o PTB em busca de impedir candidaturas oposicionistas.
Conforme a reportagem apurou, o governador ligou para a deputada federal Rosa Neide (PT), para uma espécie de sondagem e consulta, dizendo que estaria disposto a dialogar e dizer que não vetaria a subida de Lula (PT) e Alckmin (PSB) em seu palanque.
A postura de Mendes em busca do palanque aberto foi externada ao senador Wellington Fagundes (PL) durante uma reunião no Palácio Paiaguás na última sexta-feira (22). Fagundes deixou a reunião descontente, já que pensava que Mauro Mendes confirmaria a aliança que ele tanto espera de ser o candidato do governador ao Senado.
Nos bastidores, Mauro Mendes foi convencido de que uma aliança fechada com o PL de Jair Bolsonaro seria ruim e aumentaria a chance de uma racha ainda maior em sua base aliada. Já com palanque aberto, ele poderá manter os aliados o apoiando, mesmo com várias candidaturas ao Senado e apoios distintos aos candidatos à presidência da República.
Caso isso se confirme, Mendes conseguiria impedir a candidatura de Carlos Fávaro (PSD) com apoio da federação PT,PCdoB e PV, e manter o grupo unido, com as candidaturas de Neri Geller (PP) ao Senado, Wellington Fagundes (PL) e Natasha Slhessarenko (PSB).
Mendes também cederia o seu palanque a pelo menos 5 candidaturas de presidente: Lula (PT), Bolsonaro (PL), Ciro Gomes (PDT), Simone Tebet (MDB) e Luciano Bivar (União).
A proposta de palanque aberto também agrada o PP de Neri Geller e o MDB, que apoia Geller ao Senado, mantendo a base unida. Porém, a ideia dificilmente será aceita pelo PL de Fagundes, já que Bolsonaro vetou qualquer aliança da sigla com partidos de esquerda, e dificilmente subiria no mesmo palanque que Lula e Ciro.
Diante disso, Wellington Fagundes arrisca aguardar até os últimos minutos das convenções para traçar o seu futuro e o do PL no Estado, acreditando que a federação não aceitaria a proposta do governador.