Cinco alvos da Operação Balada em Cuiabá tiveram os nomes divulgados na manhã desta terça-feira. Eles são acusados de integrarem uma quadrilha de traficantes de drogas e armas que movimentou mais de R$ 2 bilhões.
Os alvos em Cuiabá são: Stefani Nascimento de Ávila, Joilson Paulo dos Anjos Martins, Rodrigo Martins Tortorelli, Grazielle Cássia de Andrade e Adeilton do Amaral Tavares.
Ao todo, seis mandados de prisão foram cumpridos em Cuiabá. O sexto alvo não teve o nome divulgado.
Além das prisões, mandados de busca e apreensão foram cumpridos em endereços na Capital. Em uma casa de alto padrão, foram apreendidos carros de luxo e jóias.
Num apartamento na região do bairro Goiabeiras, foram presas duas pessoas e apreendidos veículos. Elas seriam proprietárias de uma loja de roupas recém-inaugurada no mesmo bairro.
Os mandados e medidas foram expedidos pela 4ª Vara Criminal da Comarca de Uberlândia nos estados de Minas Gerais, Goiás, Rio de Janeiro, Rondônia, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pará, Alagoas, Tocantins e Espírito Santo. A organização investigada operava esquema estruturado de tráfico de drogas e preparava o material para ser vendido utilizando insumos químicos adquiridos por meio de empresas regularmente cadastradas. Em sete meses foram comprados insumos capazes de manipular mais de 11 toneladas de cocaína.
PASSAGENS E OPERAÇÃO
Dos presos, alguns já são conhecidos da polícia. Joilson Paulo, conhecido como "Juruna", tem diversas passagens por tráfico. Em 2005, foi detido pela PF por ceder uma chácara para traficantes armazenarem e prepararem drogas para serem distribuídas no Estado.
Em 2012, também foi detido, junto com outro traficante, com R$ 14 mil, drogas e armas no bairro Pedregal. Já Rodrigo Martins Tortorelli, foi detido em 2007 acusado de liderar uma quadrilha que trocou tiros com policiais do Gefron na região de Cáceres.
Em 2010, foi preso portando uma pistola calibre 380. Por fim, Adeilton do Amaral Tavares foi detido em maio deste ano pelo crime de tráfico de entorpecentes. Contra as mulheres, não há confirmação do registro de outras passagens policiais.
Segundo a PF, na região do Triângulo Mineiro era onde o grupo criminoso armazenava a droga, que era encaminhada dos estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pará e Rondônia. Após o armazenamento na região, o material era distribuído por todo o Brasil, principalmente no Rio de Janeiro, Espírito Santo, Goiás e outras regiões de Minas Gerais.
Além de tráfico de drogas, o grupo também atuava no tráfico ilegal de armas de fogo. Durante o trabalho de investigação já ocorreu apreensão de carregamento com 8 fuzis e 14 pistolas em Uberlândia, em março de 2020. As armas eram comercializadas e, em seguida, destinada à grupos especializados no tráfico de drogas e roubos a banco no Triângulo Mineiro, além de uma facção criminosa no Rio de Janeiro (RF).
Para poder dissimular a origem criminosa do patrimônio acumulado, a organização criminosa utilizava um esquema de lavagem de dinheiro classificado pela própria PF como “sofisticado”, pois utilizava empresas de fachada e a compra de postos de combustíveis, hotéis fazenda, imóveis, veículos e embarcação de luxo. A estimativa é de que mais de R$ 2 bilhões foram movimentados pelos investigados nos últimos dois anos.
As contas bancárias, os bens identificados e cerca de 100 imóveis foram bloqueados por determinação judicial. A operação “Balada” tem esse nome pelo fato dos investigados ostentarem em redes sociais a realização de diversas festas de luxo, sendo algumas até em outros países com altos gastos com uso de iates e carros esportivos.