Pastora é presa por atrapalhar investigação contra pedófilo que estuprou enteada por 12 anos

Uma pastora foi presa nesta terça-feira (23), após atrapalhar o trabalho da Polícia Civil durante a investigação associada ao caso de um operador de máquinas, de 36 anos, que estuprou a própria filha durante 12 anos. A líder religiosa atua no Distrito de Primaverinha, em Sorriso (397 km de Cuiabá). Ela tentou esconder a mãe e irmãos da vítima durante a apuração de situação de maus-tratos.

Uma equipe do Núcleo de Atendimento a Vítimas de Violência Doméstica e Sexual acompanhou o Conselho Tutelar até a casa para averiguar a situação de maus-tratos das crianças, além de outros riscos, uma vez que, a mãe seria usuária de drogas. A mulher também é investigada pela polícia, pela conivência no caso de estupro contra a própria filha.

De acordo com a Polícia Civil, a casa estava vazia, com sinais claros de que tinha sido abandonado recentemente, além de apresentar péssimas condições de higiene pessoal – condizentes com abandono de incapaz. Pelas janelas, era possível ver larvas no chão da residência.

Vizinhos contaram aos policiais que a mulher e as crianças haviam sio retiradas da casa em carro preto, na noite anterior. Disseram ainda que pastora do distrito teria informações a respeito do paradeiro da família.

Procurada pela polícia e conselheiros tutelar, a pastora disse que não tinha informações a respeito da família, reforçando o pedido para que o sumiço da mãe e das crianças fosse investigado.

Durante as investigações, os policiais descobriram que outras pessoas ajudaram a família a sair da casa. Eles foram acolhidos por outras pessoas no município de Lucas do Rio Verde. Conforme a Polícia Civil, umas das pessoas não tinha conhecimento do que estava ocorrendo, mas avisou a pastora de que a adolescente estava em sua casa na manhã de terça-feira.

A delegada Jéssica Assis, responsável pelo caso, afirmou que ficou claro que a pastora auxiliou na ocultação da criminosa, mentindo para agentes públicos.

O Artigo 236 do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) prevê que impedir ou embaraçar a ação de autoridade judiciária, membro do Conselho Tutelar ou representante do Ministério Público no exercício de função pode ocasionar em detenção de seis meses a dois anos.

A líder religiosa foi encaminhada à Delegacia de Sorriso e autuada em flagrante pelos crimes de favorecimento pessoal e embarcamento da atividade do Conselho Tutelar. Foi arbitrada uma fiança no valor R$ 2 mil.

O operador de máquinas foi detido no sábado (20), pela Polícia Militar, no Distrito de Primaverinha por estuprar e violentar psicologicamente durante doze anos a enteada, que atualmente tem 17 anos. A mãe da menina tinha conhecimento dos abusos que começaram quando ela tinha cinco anos, mas não tomou nenhuma atitude.

A adolescente relatou para a polícia que o padrasto é violento com a mãe dela, com quem ele consumia drogas e bebidas e cometia agressões na frente dos filhos.


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Redação GNMT