Mais um habeas corpus impetrado pela defesa do empresário e contador João Fernandes Zuffo, agora indiciado pelos crimes de roubo majorado (concurso de pessoas, roubo de veículo e com resultado morte), corrupção de menores e organização criminosa, teve pedido de liminar negado pelo Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT). O inquérito está relacionado ao latrocínio que vitimou o advogado João Anaídes Cabral Netto, de 49 anos, morto com um tiro na cabeça no dia 17 de julho deste ano num condomínio de chácaras, em Juscimeira (157 km de Cuiabá).
A nova decisão desfavorável ao empresário, que continua foragido, pois tem contra sim um mandado de prisão preventiva pendente de cumprimento, foi proferida no dia 29 de outubro, dois dias após ter sido protocolado na Terceira Câmara Criminal. O relator é o desembargador Gilberto Giraldelli, o mesmo magistrado que já analisou outros habeas corpus impetrados pela banca jurídica que faz a defesa do contador. É o segundo habeas corpus que ele nega liminar num período de 16 dias.
Gilberto Giraldelli também confirmou a extinção, sem julgamento de mérito, de outro habeas corpus impetrado anteriormente por outra banca de advogados que não é mais a responsável pela defesa do contador João Zuffo.
O novo HC é assinado pelos advogados Cleverson Campos Contó, Diego Del Barco Azevedo e Eduardo Moreira Leite Mahon. Eles desistiram do outro habeas corpus, cuja liminar foi negada por Gilberto Giraldelli no dia 13 de outubro. A íntegra da nova decisão desfavorável, assinada pelo relator no dia 29 de outubro, ainda não foi disponibilizada nos autos.
Desde que assumiu a defesa de João Zuffo, o advogado Eduardo Mahon tem concedido entrevistas afirmando que seu cliente não teria qualquer envolvimento no latrocício. Ele sustentou, inclusive, que o empresário e contador, na verdade, possivelmente seria uma vítima do grupo de ladrões que fez um arrastão em chácaras no loteamento Flor do Vale, próximo ao lago, onde foi registrado o latrocínio do advogado João Anaídes Netto.
Contudo, essa versão não encontra respaldo no inquérito da Polícia Civil que foi concluído na semana passada com o indiciamento de sete pessoas, incluindo João Zuffo. Dois adolescentes também foram indiciados por ato infracional análogo aos crimes de roubo majorado e por integrar organização criminosa.
A pedido dos delegados Ricardo Franco Oliveira (delegacia de Juscimeira) e Thiago Damasceno (delegado regional), o juízo da Vara Única de Juscimeira decretou a prisão preventiva de todos os indiciados. Até a semana passada, dos sete indiciados, dois estavam presos e cinco continuavam foragidos.
O CASO
De acordo com o delegado regional de Polícia Civil, Thiago Damasceno, as investigações logo no início já apontam a participação de cada um dos envolvidos, incluindo o empresário João Zuffo. "Já temos provas documentais, interrogatórios e perícias que evidenciam a participação e papel de cada envolvido na organização criminosa", afirmou o delegado à época do latrocínio.
Entre eles, está o caseiro do rancho, no loteamento Flor do Vale, próximo ao lago, onde foi registrado o latrocínio. De acordo o delegado que conduz o inquérito, as provas documentais e evidências apontam a participação de João Fernandes Zuffo como líder da organização criminosa que vinha praticando assaltos em vários imóveis rurais em municípios situados na região sul de Mato Grosso.