Em Mato Grosso, alertas de degradação da Amazônia aumentam 100%, diz Inpe

No último ano, Mato Grosso saltou de 6.212 km² de área com avisos de degradação na Amazônia para 12.384 km², um aumento de quase 100%. Ao todo, são 58.251 km² de degradação, sendo 29,6 km² cicatriz de incêndios florestais. O dado é do último levantamento do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), pelo Deter, que ainda apontou aumento de 27% nos avisos de desmatamento até o mês de maio. O boletim foi divulgado nesta sexta (4), véspera do Dia Mundial do Meio Ambiente que é celebrado hoje (5). 

De acordo com a secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema-MT), os números vinham reduzindo até abril quando estado apresentava “queda na média dos últimos nove meses, entre agosto de 2020 e abril de 2021, com redução de 29% nos alertas de desmatamento, em comparação com o mesmo período do ano anterior”. Contudo, uma das principais causas de degradação florestal são os incêndios que não costumam ocorrer nos primeiros meses do ano, quando a região vive o período de chuvas.

A secretária, Mauren Lazzaretti, reconhece que há diferenças metodológicas apontadas entre instituições e afirma que o dado mais seguro é o do Inpe. “Até abril estávamos com redução, é que existem dados divergentes, o dado oficial é o do Inpe Deter até o mês de abril, nossa redução era de 30%”, explicou ao ser questionada sobre o assunto durante evento de lançamento da Operação Amazônia, que visa inibir crimes ambientais no Estado. Desde o início do ano, MT já aplicou mais de R$ 620 milhões em multas ambientais por meio da Operação.

Segundo dados do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), que são obtidos via Sistema de Alerta do Desmatamento (SAD), em abril de 2021, o SAD detectou 778 quilômetros quadrados de desmatamento na Amazônia Legal, um aumento de 45% em relação a abril de 2020, quando o desmatamento somou 536 quilômetros quadrados. O desmatamento observado em abril de 2021 ocorreu no Amazonas (28%), Pará (26%), Mato Grosso (22%), Rondônia (16%), Roraima (5%), Maranhão (2%) e Acre (1%).

“O ano para análise é de junho para julho, de um ano para o outro. Eu vi os dados desse ano, nós estamos com redução”, garantiu o governador Mauro Mendes (DEM), na segunda (1), antes da sistematização dos dados do Inpe apontando tendência de aumento no desmatamento.

“Vamos trabalhar com dados oficiais do país. O dado oficial é do Inpe até abril, MT reduziu 30% o seu desmatamento. Isso mostra que as ações que estamos implementando estão produzindo efeitos práticos. Tudo que fazemos é para reduzir a zero o desmatamento ilegal. O desmatamento legal, ele vai acontecer porque a lei estabelece esse direito e ela tem que ser cumprida também, não só nos deveres, mas nos direitos que os proprietários rurais”, concluiu o governador.

Segundo Inpe, a degradação é um dado significativo que demonstra se a área de floresta foi alterada e indica que existe alguma atividade ali que está causando impacto negativo, mas que ainda não se configurou como o que se chama de “corte raso”.


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