Mãe de jovem atropelado: “Ela o agredia, não aceitou término”

A dona de casa Anilse da Mota Silva ainda tenta assimilar a repentina e brutal morte do filho caçula, Alex Mota, de 32 anos, atropelado pela ex-mulher no dia 19 de fevereiro, em Guarantã do Norte (a 729 quilômetros de Cuiabá).

Ela não aceitou a separação, não deixava ele em paz. Meu filho tinha que correr dela porque se não ela o agredia, poderia estar no meio de gente, onde fosse

 A cena do acidente é assustadora e mostra a violência da batida. Conforme relato da Polícia, a suspeita, identificada pelas iniciais I.S.V., de 21 anos, perseguiu, atropelou e passou por cima de Alex com um Ford Fiesta.

O veículo ficou sobre o rapaz após derrubar um poste de energia elétrica.

“Ela não aceitou a separação, não deixava ele em paz. Meu filho tinha que correr dela, porque senão ela o agredia, poderia estar no meio de gente, onde fosse. Ele não tinha paz”. afirmou Anilse.

“Morreu porque era bom demais para a bruaca daquela mulher”, acrescentou.

Alex chegou a cogitar ir embora da cidade para se afastar da ex-mulher, mas por causa do casal de filhos, de 4 e 2 anos, decidiu permanecer.

“Ele queria até ir embora daqui. Se eu soubesse o que ia acontecer teria falado ‘vai, meu filho, a gente cria uma estratégia para cuidar das crianças’". 

"Eu poderia ter feito diferente, mas a gente nunca espera por uma coisa dessas”, desabafou a mãe.

Segundo Anilse, as crianças eram tudo para Alex. “Quando chegava do trabalho ele já pegava um em cada braço”, disse. Hoje ela se entristece quando elas perguntam pelo pai.

A dona de casa conta com orgulho o quanto o filho era trabalhador. “Acordava por volta das 4h para ir trabalhar e só voltava no final da noite”.

Alex dirigia uma van que fazia a linha de Guarantã do Norte, Matupá, Peixoto de Azevedo e Sorriso e ficava na estrada o dia inteiro. Ele era muito conhecido na cidade e, segundo Anilse, era querido por todos.  

“É muito triste, só quem o conheceu sabe. Ele estava sempre feliz, conversando, poderia estar com o problema que fosse, mas ele sempre tinha um sorriso no rosto para cuidar das pessoas”.

“Está sendo difícil, ele era tudo para mim, meu caçula, o homem da casa”.

 Alex e I.S.V. ficaram juntos por quase 5 anos e se separaram em março de 2022 após uma briga violenta. O rapaz chegou a ser preso e monitorado por tornozeleira eletrônica por cerca de 10 meses.

Depois de ter sido denunciado por agressão, decidiu por fim à relação conturbada, mas I.S.V. não teria recebido bem a decisão.

Segundo Anilse, desde o início a família estranhava o jeito distante e frio de I.S.V., mas não se metiam na relação do casal.

“Ela era muito difícil em dar um sorriso, o dia que sorria era aquele sorriso apertado. Só estava feliz quando estava na bebida”, conta.

I.S.V. teria começado a beber diariamente e passava as tardes e noites nos bares da cidade acompanhada dos filhos.

Foi nesse período que tiveram início as brigas do casal: “Ele não estava aguentando mais isso”.

Após quase um ano do término oficial do casal, os bens já estavam divididos e I.S.V. já havia deixado os filhos a cargo de Alex. Mesmo assim, ela não aceitava o fim da relação e o novo envolvimento amoroso de Alex.

 O veículo usado por I.S.V. para atropelar o ex, foi um Ford Fiesta comprado pelo próprio Alex, que ainda a ensinou a dirigir.

Até a Polícia acha que pelo jeito que ela fez foi com intensão de matar sim. Ela falava ‘eu vou te matar’, e matou o meu filho

 A jovem, conforme Anilse, não tinha CNH (Carteira Nacional de Identificação), mas usava o veículo para sair e passar as tardes e noites nos bares.

Noite do crime

Anilse conta que na noite do crime, o filho saiu com a jovem que estava conhecendo para uma distribuidora da cidade. Não demorou muito para que I.S.V. aparecesse no local e causasse uma confusão.

Alex levou a namorada até em casa para evitar o conflito, mas foi seguido pela ex, que causou uma nova confusão. Depois que ele saiu do local foi seguido até ser atingido pelo Fiesta.

“Até a Polícia acha que pelo jeito que ela fez foi com intensão de matar sim. Ela falava ‘eu vou te matar’, e matou o meu filho”.

I.S.V. foi transferida para uma penitenciária em Colíder e indiciada por homicídio duplamente qualificado, por motivo torpe e utilização de meio que dificultou a defesa da vítima.

“Só tenho medo dela sair logo, tomara que não saia e que pague pelo que fez. Não quero vê-la nunca mais na minha vida”, completou a mãe.



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Redação GNMT