O documentário Funeral Bóe Bororo terá sua exibição pública para a sociedade em geral no próximo dia 1º de setembro em Rondonópolis. A autoria é do fotógrafo documentarista César Augusto, que teve a ideia de colocar em vídeo informações ao público não-índigena sobre esse rico ritual indígena.
César Augusto conta que a produção teve o aval das lideranças da Aldeia Tadarimana, em Rondonópoolis. E adianta que o documentário mostra a cultura do povo Bóe Bororo na sua essência, com os desafios de perpetuar essa cultura com o advento da chegada da internet na aldeia e, através dela, chegada de várias outras culturas.
Diversas dúvidas e questionamentos de não-indígenas sobre o funeral Bóe Bororo são esclarecidas na produção. "A importância desse trabalho é a gente estreitar os laços de amizade, sabedoria e conhecimento entre os não-indígenas, principalmente da cidade de Rondonópolis, com os indígenas da Aldeia Tadarimana, o povo Bóe Bororo", explica.
Nesse contexto, César Augusto observa que, apesar de os povos originários estarem no município bem antes da chegada dos não-indígenas, muita gente desconhece a existência indígena em Rondonópolis. "Aproveitamos o vídeo para mostrar a aldeia, expor que os povos originários conseguem ter um bom convívio conosco e, acima de tudo, para diminuir o preconceito e a discriminação que está arraigada", pontua.
Conforme o documentarista, infelizmente, é muito comum ouvir pelas ruas depoimentos depreciativos sobre os povos originários. "Faço um pedido para a sociedade: que, mesmo não gostando, respeitem os outros povos, as outras culturas. E que os gestores, os legisladores, produzam leis e ações mais eficazes que impactem de forma concreta e positiva os povos originários brasileiros e do município", externou.
O documentário Funeral Bóe Bororo terá exibição única na Câmara Municipal, às 19h deste dia 1 de setembro, na sede da Câmara Municipal de Rondonópolis, na Rua Cafelândia, La Salle. O vídeo já foi apresentado para as crianças da escola indígena localizada dentro da aldeia Tadarimana e para alunos da EJA da Escola Bonifácio Sachetti. Após essa exibição, o vídeo ficará disponível no YouTube, aberto para todas as pessoas com interesse em assisti-lo.
O projeto recebeu o incentivo cultural da lei federal Aldir Blanc II. Com isso, a entrada na exibição do vídeo é totalmente gratuita, lembrando que haverá ainda uma roda de conversa com os povos originários que estarão presentes para esclarecimentos de dúvidas.
Fotos - César Augusto