Como serão os dias seguintes dos brasileiros repatriados de Gaza

O primeiro grupo de brasileiros e familiares resgatados da Faixa de Gaza permanecerá em Brasília pelo menos até quarta-feira (15/11) – eles desembarcaram no Brasil às 23h24 dessa segunda-feira (13/11). Conforme o esquema de recepção montado pela Secretaria Nacional de Justiça, nesses dois dias na capital federal, a comitiva formada por 32 pessoas receberá cuidados médicos e passará pela formalização do processo de imigração.

Logo depois de recepcionados pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), os repatriados seguiram para o Hotel de Trânsito dos Oficiais, na Base Aérea de Brasília, área militar anexa ao Aeroporto Internacional Juscelino Kubitschek.

Além de contarem com abrigo e procedimentos de regularização dos documentos, os repatriados terão garantido acesso à alimentação, atendimento psicológico, cuidados médicos e imunização.


No desembarque do grupo em Brasília, Lula destacou a mobilização do governo para repatriá-lo. “A chegada desse décimo avião é a coroação de um trabalho muito sério que a gente deve a muita gente que trabalha no governo, sobretudo o ministro de Relações Exteriores, e todos os companheiros que estão aqui”, frisou o presidente da República.


Os outros 12 repatriados permanecerão na casa de parentes em quatro cidades. Veja os destinos:


Brasília (DF): 4 pessoas

Florianópolis (SC): 2 pessoas

Novo Hamburgo (RS): 2 pessoas

Cuiabá (MT): 1 pessoa

O grupo que deixou a Faixa de Gaza no domingo (12/11) é formado por 17 crianças, nove mulheres e seis homens. A lista enviada pela diplomacia brasileira a autoridades do Egito e de Israel – a fim de garantir autorização para passagem na fronteira de Rafah – era composta por 34 nomes. Dois deles, porém, desistiram.


Jornada de repatriação

A chegada do grupo com 32 brasileiros e familiares próximos à Base Aérea de Brasília na noite dessa segunda completa uma jornada de mais de um mês para deixar a Faixa de Gaza. Desde o último 7 de outubro, a região enfrenta uma escalada histórica no conflito entre Israel e Hamas. A guerra, até o momento, soma mais de 12 mil mortos, considerados ambos os lados.


Pouco depois da eclosão do conflito, a diplomacia brasileira, por meio do Escritório de Representação do Brasil em Ramallah, passou a articular a repatriação dos brasileiros e seus familiares. O processo, porém, enfrentou obstáculos, como o fechamento da fronteira e o risco para grupo em um território sob intensos bombardeios.

Após dias de espera e negociações, a fronteira de Rafah, no sul da Faixa de Gaza, passou a permitir a passagem de estrangeiros e cidadãos com dupla nacionalidade a partir de 1º de novembro, de forma limitada. Os nomes dos brasileiros, porém, não constaram nas seis primeiras listas organizadas pelas autoridades de Israel e do Egito.


O governo de Israel havia se comprometido a incluir o nome dos brasileiros na lista do dia 8 de novembro, o que não se concretizou. O alívio para o grupo chegou apenas na última sexta-feira (10/11), quando foi liberada a relação com os 34 nomes.

A inclusão, porém, não representou o fim da jornada dos brasileiros na tentativa de cruzar a fronteira. Por dois dias consecutivos, o grupo esteve na saída de Rafah, mas não conseguiu cruzar a fronteira. O problema dessa vez foi a remoção de feridos, que acabou impedida por ataques israelenses.

Saída concretizada

Na tarde do último domingo (12/11), o grupo cruzou a fronteira e deixou para trás a guerra. Um ônibus transportou os nacionais para a capital do Egito, de onde, na manhã desta segunda-feira (13/11), embarcou na aeronave VC-2 e partiu rumo a Brasília.

Devido à limitação de autonomia, o avião precisou enfrentar duas paradas técnicas; uma em Roma, na Itália, e outra em Las Palmas, nas Ilhas Canárias. Antes de chegar à capital federal, o voo ainda parou no Recife, em Pernambuco.

O resgate se soma às ações da Operação Voltando em Paz, coordenada pelo governo federal. Com o pouso da aeronave VC-2 (Embraer 190), são 1.477 passageiros e 53 pets resgatados em voos que já regressaram ao Brasil. Ao todo, foram 10 voos com origem na Faixa de Gaza, na Cisjordânia e em Israel.

O Itamaraty prepara novas missões para buscar mais brasileiros na Faixa de Gaza. O Metrópoles apurou que uma 2ª lista deve conter entre 40 e 50 nom

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Redação GNMT