Festival nacional de cinema indígena no Xingu estreia neste fim de semana

O primeiro Festival de Cinema e Cultura Indígena (FeCCI), feito pelos próprios povos originários, acontece a partir deste sábado (17) e segue até domingo (18), em Ipatse dos Kuikuro, no Território Indígena do Xingu, ao norte do estado, de acordo com a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib).


A iniciativa é idealizada pelo cineasta Takumã Kuikuro. Ao g1, ele disse que esse evento representa um fortalecimento da memória e história do povo indígena para as próximas gerações.

“É a força de resistência, de luta e que podemos realmente mostrar nossa realidade. É nosso olhar no filme. É um fortalecimento da nossa cultura, da nossa memória e história para passar de geração em geração”, contou.

Bastidor de uma das produções audiovisuais no Xingu — Foto: Coletivo Kuikuro

Bastidor de uma das produções audiovisuais no Xingu — Foto: Coletivo Kuikuro

A ideia do encontro também permite uma demonstração da força dos povos originários.

"É fortalecer e nos tornarmos protagonistas da nossa própria história. Nós temos que falar por nós. É uma luta, uma resistência através do audiovisual. Por isso é importante a gente trazer e construir essa força da imagem e do movimento do cinema indígena, onde podemos mostrar nosso trabalho", afirmou.

Além disso, o encontro promove a estreia da oca ‘Casa de cinema’, com o objetivo, segundo a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), de ampliar o acesso às produções audiovisuais entre os parentes.

Casa de cinema em construção para o festival — Foto: Articulação dos Povos Indígenas do Brasil/Cedida

Casa de cinema em construção para o festival — Foto: Articulação dos Povos Indígenas do Brasil/Cedida

Uma premiação também contempla os filmes de curta e longa-metragem exibidos. Todo o evento é gratuito.

O encontro ainda promove um ciclo de rodas de conversa com convidados especiais e apresentações culturais.

No festival, alguns rituais também devem acontecer, como a Festa de Duhe, Hugagü, Takuaga e Yamurikumã. Este último é uma festa das mulheres indígenas.

No final do ano, entre os dias 2 e 11 de dezembro, o festival também acontece de forma híbrida, com exibições presenciais no Cine Brasília (DF) e com sessões online.

Casa de cinema em construção — Foto: Articulação dos Povos Indígenas do Brasil/Cedida

Casa de cinema em construção — Foto: Articulação dos Povos Indígenas do Brasil/Cedida

Programação

Sábado (17)

  • Pela manhã, a Mostra Xingu começa com a Festa de Duhe, também conhecida como festa dos peixes. À tarde, a festa de Hugagü, referente aos pequis. À noite, acontece a primeira parte da mostra de filmes na Casa de Cinema.

Domingo (18)

  • Durante a manhã, acontece a celebração de Takuaga. À tarde, é a vez da festa das mulheres e mais uma celebração de Hugagü e de Takuaga. À noite, finaliza com a última parte da mostra de filmes.



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Redação GNMT