Etanol sobre 61|% em Mato Grosso: Abastecer com etanol deixa de ser vantagem após reajuste

Etanol sobe 61% nos postos de Mato Grosso desde outubro de 2020. No país, a alta média acumulada é de 58,8%. Diante da majoração, abastecer os veículos com o biocombustível sai mais caro do que optar pela gasolina em todos os estados brasileiros, conforme levantamento de preços da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Com isso, os consumidores que possuem veículos flex - movidos a etanol ou gasolina - optam por migrar para o uso do combustível fóssil, mais poluente, em meio a discussão global sobre redução das emissões de carbono durante a 26ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP-26) da Organização das Nações Unidas (ONU).  

 

Se o etanol custa até 70% do preço da gasolina, ele será o combustível mais econômico, mesmo rodando menos quilômetros com litro. Se está acima desse percentual, a gasolina é a melhor opção. Em Mato Grosso, um litro de etanol (R$ 4,72) custa atualmente 74% da gasolina (R$ 6,34). Em outubro de 2020, o preço do biocombustível (R$ 2,93) correspondia a 65% do valor do litro da gasolina (R$ 4,47), aponta a ANP.   No varejo mato-grossense, o derivado vegetal é repassado por até R$ 5,56 (l). O valor mediano alcança R$ 4,72 (l), alta de 61% sobre a média de R$ 2,93 (l) em outubro do ano passado. Neste mesmo intervalo a gasolina encareceu 41,8% no varejo estadual, saltando da média de R$ 4,47 (l) para R$ 6,34 (l).  

 

No país, no intervalo de 12 meses, o etanol subiu de R$ 3 (l) para R$ 4,77 (l), alta de 58,8%. A gasolina comum encareceu de R$ 4,35 (l) para R$ 6,11 (l), majoração de 40,3%. Campeão do consumo no Brasil, o óleo diesel que custava R$ 3,45 (l) agora está em R$ 4,96 (l), aumento acumulado de 43,6%, indica a ANP.  

 

A partir desta segunda-feira, 1º, os preços de referência para cobrança do Imposto sobre Circulação de Mercadorias (ICMS) sobre o diesel S10 e o óleo diesel foram reajustados pela Secretaria Estadual de Fazenda (Sefaz) para R$ 5,39 (l) e R$ 5,28 (l), respectivamente, conforme Ato Cotepe nº 38, publicado pelo Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz). Os valores vigentes anteriormente do Preço Médio Ponderado ao Consumidor Final (PMPF) eram R$ 5,16 (diesel S10) e 5,06 (óleo diesel).  

 

“Subindo os preços de pauta, o Estado amplia sua arrecadação”, explica Nelson Soares, diretor do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo (Sindipetróleo).  

 

Em relação a gasolina comum, o PMPF é de R$ 6,22 (l). O valor atual é 25 centavos menor do que o preço médio praticado no varejo local, esclarece a Sefaz. Na última sexta-feira, 29, o Confaz aprovou o congelamento do valor do ICMS para os combustíveis pelo período de 90 dias.    

 

A medida é válida, portanto, até 31 de janeiro de 2022, informou o Ministério da Economia. Também nesta segunda, 1º, o presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido) declarou que a Petrobras irá promover novo reajuste nos preços dos combustíveis nos próximos 20 dias.  

 

A Petrobras, por suas vez, esclareceu que ajustes de preços são realizados no curso normal de seus negócios.


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Redação GNMT