Polícia Federal: Lobista e esposa advogada montaram esquema de venda de sentenças

O lobista Andreson de Oliveira Gonçalves e a esposa dele, a advogada Mirian Ribeiro Rodrigues de Mello Gonçalves, teriam criado uma rede de contatos para estabelecer um esquema de venda de sentenças.

Quem diz isso são os investigadores da Polícia Federal, em relatório entregue ao ministro Cristiano Zanin, do Supremo Tribunal Federal (STF) e que sustentou a decisão judicial que determinou a deflagração da Operação Sisamnes, na terça-feira (26).

“Os relatos descortinam indícios de que Andreson de Oliveira Gonçalves, casado com a advogada Mirian Ribeiro Rodrigues de Mello Gonçalves, estabeleceu rede de contatos com magistrados e assessores de Ministros do Superior Tribunal de Justiça e de integrantes dos Tribunais de Justiça, bem como com uma série de intermediadores, a fim de auferir benefícios derivados de decisões judiciais e informações privilegiadas”, diz a decisão do ministro Cristiano Zanin.

Andreson é descrito pelo ministro como a pessoa no comando da “estrutura criminosa” e “organizador de esquemas ilícitos” com a responsabilidade de “intermediar interesses criminosos entre advogados e servidores públicos”.

Conforme o ministro, são inúmeras as solicitações de vantagens econômicas indevidas pelo casal obtidas por meio de diálogos e conversas interceptados ou capturados nas telas de aparelhos eletrônicos.

Também ficou demonstrado a partir da investigação policial que os dois tinham conhecimento do fluxo dos processos que foram “objeto da concertação criminosa”, tanto do fluxo de movimentações quanto dos documentos eletrônicos.

“Entendo que os indícios revelados até aqui se qualificam como suficientes para demonstrar o envolvimento de Andreson e Mirian na empreitada criminosa”, diz o ministro.

“Quanto ao primeiro, aliás, sua aparente função de destaque no empreendimento ilícito parece bastante clara, sendo plenamente difundida sua intercessão na integralidade das condutas criminosas constantes desta e de outras representações”, concluiu o ministro.

Por decisão de Cristiano Zanin, Andreson foi preso e Mirian passou a ser monitorada por tornozeleira eletrônica.


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Redação GNMT