Medeiros detona aumento salarial à classe política; "A vaca foi pro brejo com corda e tudo"

O deputado federal reeleito José Medeiros (PL) detonou, em entrevista nesta quarta-feira (21), a aprovação do Projeto de Decreto Legislativo 471/2022, que reajusta os salários do presidente e do vice-presidente da República, ministros de Estado e congressistas a partir de 2023. Para ele, "a vaca foi pro brejo com corda e tudo".

A proposta prevê que, em quatro anos, o reajuste será entre 37,32% e 50%, dependendo do cargo, e o salário vai chegar a R$ 46,366 mil. O impacto da medida nos cofres públicos será de R$ 107,4 milhões só em 2023 e aproximadamente R$ 3,2 bilhões até 2026.

De acordo com a justificativa, "o objetivo é manter o equilíbrio remuneratório entre as autoridades máximas dos Poderes da República". O último aumento para presidente, vice, ministros e parlamentares foi em 2014. A votação aconteceu de forma simbólica na Câmara dos Deputados, sem o registro nominal dos votos, e seguiu para apreciação no Senado Federal, que já confirmou o reajuste.

Para Medeiros, a aprovação do texto é uma "consequência" das escolhas feitas pela população, que elegeram seus representantes em Brasília.

"Se você fosse perguntar para a população brasileira, você acha que deve aumentar salários por agora? Não, ninguém ia aceitar. Todo mundo aí passou um sacrifício danado, os empresários endividados, muita gente perdeu o emprego, muita gente passou a ganhar menos", disse.

A reportagem apurou que, dos oito representantes de Mato Grosso na Câmara Federal, apenas três foram contra a proposta: José Medeiros, Nelson Barbudo (PL) e Dr Leonardo (Republicanos).

"Isso é consequência do voto. Isso é consequência de escolhas. Um Congresso que não se posiciona, não faz o seu papel, aí a gente tem isso. Então quando fazemos más escolhas, temos esse retorno, infelizmente", acrescentou.

Aumento para ministros do STF

Nesta quarta-feira (21), o Parlamento Federal ainda aprovou um projeto de lei que concede aumento salarial aos ministros do Supremo Tribunal Federal. Com a proposta, os magistrados, que recebem atualmente R$ 39.293,22, vão ganhar R$ 46.366,19 a partir de 2025.

O impacto orçamentário em relação aos magistrados, apenas em 2023, é de R$ 910 mil. Medeiros ponderou que o Brasil ainda não se recuperou da pandemia da covid-19 e que ainda existe milhares de brasileiros sobrevivendo do Auxilio Emergencial.

"Eu votei contra essa matéria. Nós ainda estamos no rescaldo da pandemia onde quem não depende dos cofres públicos está comendo o pão que o diabo amassou. Nós estamos pagando um auxílio de R$ 600, metade de um salário mínimo para as pessoas com dificuldade de arrumar emprego. Então, o país está se recuperando ainda", finalizou.



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Redação GNMT