A distribuição ainda é irregular segundo os agricultores, o que mantém o clima de apreensão com o futuro da safra
Nuvens carregadas no céu… umidade aguardada no campo. A chuva – enfim – voltou a molhar as lavouras de soja em Canarana, nordeste de Mato Grosso. Um alívio para os agricultores que viram as plantações sofrerem com a estiagem. Foram mais de 30 dias de seca em algumas fazendas.
Em algumas áreas não chovia há 35 dias
“Essa noite Canarana recebeu entre 10mm e 70mm de chuva, dependendo da localidade. Esperamos que essa chuva continue, que chova durante toda esta semana, porque várias localidades ficaram de 15 até 35 dias sem chuvas. Nós já contabilizamos perda de produtividade. Ainda não sabemos o quanto, mas já sabemos que vamos colher menos que na safra passada”, comenta o agricultor Diego Dallasta, que plantou 2.500 hectares de soja nesta safra.
Crescimento da lavoura foi prejudicado pela falta de chuvas (Foto: Alduir Cenedese)
Em Nova Mutum, no médio-norte do estado, os 1.200 hectares de soja cultivados na fazenda do Alduir Cenedese sentiram a falta de água nas últimas semanas. Pelo menos 200 hectares tiveram que ser replantados. O agricultor comemora o retorno das chuvas, mas reforça que elas ainda estão irregulares. “Desde o começo da safra choveu pouco aqui na região. Tenho uma área que foi plantada há 50 dias e deveria estar com o dobro do tamanho, mas, com a seca, a lavoura não chegou nem a fechar as ruas ainda. Na sexta-feira e no domingo choveu na faixa de 90mm. A lavoura recuperou a cor e a aparência, mas os prejuízos estão aí”, comenta o produtor, que estima colher em média 10 sacas de soja por hectare a menos do que no ano passado.
Desde domingo a chuva voltou a cair em Sorriso-MT (Foto: Silvano Filipetto)
A água também voltou a cair em Sorriso, município que mais produz soja no Brasil. “De domingo prá cá vem chovendo bem por aqui. A soja voltou ao seu desenvolvimento normal, porém, sabemos que haverá perdas. Acreditamos que em cerca de ‘5% da soja’ houve alguma perda”, afirma o agricultor Silvano Filipetto, que é presidente do sindicato rural de Sorriso.