O prefeito de Tesouro (a 276 km de Cuiabá), o dentista João Isaack Castelo Branco (PSB), de 35 anos, que venceu as eleições de 2020 com o discurso da “nova política” e apostando nas redes sociais para conquistar o eleitorado, trabalha com velhas práticas quando o assunto é nomeação de parentes. Desde que assumiu o cargo, em 1º de janeiro, já nomeou quatro familiares para o primeiro escalão da administração municipal.
Sua mãe, Ana Rita Moreira Barbosa, foi nomeada secretária municipal de Promoção Social. Enquanto isso, a tia materna Amélia Moreira Barbosa está à frente da Secretaria Municipal de Educação.
E ainda tem espaço para mais um Barbosa no secretariado. É que o tio por parte de mãe, Almir Cândido Barbosa, foi nomeado para chefiar o Escritório de Representação de Tesouro em Cuiabá.
O prefeito Isaack também não esqueceu da cunhada Camila Magalhães dos Santos, que é companheira da sua irmã Karen Karoline Moreira Castelo Branco. Neste caso, a nomeação foi para auditora interna da Prefeitura.
A nomeação da cunhada pode resultar em problemas judiciais. Isso porque o Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) já julgou inconstitucionais Leis Municipais permitiam livre nomeação das autoridades máximas do controle interno dos Municípios, exigindo que os cargos sejam ocupados por servidores efetivos das prefeituras. A ação foi proposta pela Associação dos Auditores e Controladores Internos dos Municípios de Mato Grosso (Audicom-MT).
Outro Lado
O prefeito justificou a nomeação da mãe alegando que é solteiro e por isso a dona Ana Rita cumpre o papel de 1ª dama de Tesouro. “É comum a 1ª dama cuidar da assistência social do município”, justificou.
Sobre os demais familiares nomeados no primeiro escalão, alega que as portarias estão dentro da lei e publicadas no Portal Transparência da Prefeitura.
Mudança
Isaack, que liderou a Coligação Juntos por Nossa Gente, impediu a reeleição do ex-prefeito Antônio Leite (MDB) por apenas 39 votos de diferença. A vitória foi considerada por muitos munícipes como uma libertação, já que o mesmo grupo político estava no poder há 24 anos, apenas revezando a cadeira do Executivo.
