O deputado estadual Gilberto Cattani (PL) está sendo investigado num inquérito instaurado pela Polícia Federal de Rondonópolis (212 km de Cuiabá), juntamente com Ângela Maria Marques e Dilson Lira dos Anjos.
Os três foram identificados como autores da publicação e compartilhamento de um vídeo difamatório, na campanha eleitoral de 2018 com ofensas contra o então deputado federal Adilton Sachetti (PRB), que disputava o cargo de senador.
A publicação também atacava o ex-governador e então ministro da Agricultura, Blairo Maggi (PP), e o presidente Michel Temer (MDB).
Todos eram colocados no mesmo “balaio” como se “não prestassem”, de modo a prejudicar a candidatura de Sachetti por causa de seus aliados políticos naquele pleito eleitoral.
Dessa forma, Sachetti conseguiu na Justiça a quebra de sigilo telefônico perante o WhatsApp e o Facebook, constatando que Ângela Soares publicou o vídeo em seu perfil no Facebook enquanto Dilson e Cattani compartilharam o material em grupos de WhatsApp. Naquele pleito, Cattani era candidato a deputado estadual filiado ao PSL, mas não sagrou-se vitorioso nas urnas e veio a assumir o mandato no ano passado após a morte do titular Sílvio Fávero (PSL) em decorrência da Covid-19.
Perante a Polícia Federal, os três são investigados pela prática de difamação na propaganda eleitoral. Naquela época, ao buscar a Justiça Eleitoral, Adilton Sachetti pleiteou liminar para retirar o vídeo do ar. Ele relatou que recebeu via Whatsapp um vídeo onde era divulgado conteúdo difamatório contra ele e Blairo que era senador licenciado e ocupava o cargo de ministro da Agricultura na gestão do presidente Michel Temer.
Além da foto dos três políticos, o vídeo trazia os seguintes dizeres: “sócio e compadre de todas as horas e esquemas; não faz nada por MT, deputado ineficiente; cuidou com zelo dos seus interesses e do grupo amaggi e 100% nosso bolso”.
A quebra de sigilo mostrou que em 2018 Ângela Marques compartilhou em seu perfil no Facebook o vídeo com conteúdo difamatório e depois houve outros compartilhamentos.
Adilson Sachetti requereu liminarmente ao WhatsApp o rastreamento dos números de telefone com código de área 19 identificado como “Dilson”, compartilhado no grupo Barra Cuiabana Lembrança”. Fez o mesmo com outro número de prefixo de Mato Grosso (65) identificado como sendo de Gilberto Cattani - compartilhado no grupo “PSL17/Bolsonaro N.Nutum”.
Pediu ainda a relação de por onde o material foi compartilhado, com a lista de números que o fizeram, data e horário, incluindo os grupos por onde a publicação circulou e a relação de seus administradores. Ainda em setembro de 2018 o juiz auxiliar da propaganda eleitoral, Paulo Cézar Alves Sodré, concedeu liminar para excluir o vídeo do Facebook de Ângela Marques, mas negou a Sachetti o direito de resposta.
Com isso, em abril de 2020, a Polícia Federal instaurou o inquérito que tramita na 46ª Zona Eleitoral de Rondonópolis, sob responsabilidade do juiz Wanderlei José dos Reis.
De lá para cá houve pedidos de prorrogação do prazo formulados pela Polícia Federal e acolhidos pela Justiça Eleitoral. Os despachos publicados até o momento mostram que será ofertada uma proposta de transação penal aos investigados. Anteriormente, uma audiência foi agendada o dia 5 de maio deste ano, depois houve alteração na data para 6 de maio e novamente foi transferida.
“Tendo em vista o justo motivo apresentado pelo investigado Gilberto Moacir Cattani no ID: 105699938, designo o dia 14.07.2022, às 08h30min, para realização de audiência preliminar para oferta da transação penal”, consta no despacho assinado pelo juiz eleitoral Wanderlei José dos Reis e publicado no Diário Eletrônico da Justiça desta terça-feira (31).
A audiência será realizada por videoconferência, através do sistema Microsoft Teams.