Na sessão desta quarta-feira na Câmara de Vereadores de Rondonópolis, a vereadora Marildes Ferreira (PSB) reclamo de uma "manobra política" para aprovar um projeto sobre a situação da odontologia no município. A vereadora denunciou o uso indevido de um projeto aprovado em primeira votação pelos parlamentares, alegando que o mesmo foi empregado para justificar a redução de salários e a exoneração de profissionais da odontologia do município, o que surpreendeu a parlamentar.
Em seu pronunciamento incisivo, Marildes Ferreira explicou detalhadamente a questão em pauta. Segundo ela, os vereadores aprovaram um projeto que, em sua essência, visava apenas ajustar a carga horária dos funcionários da odontologia do poder público, de forma a adequá-la às normativas estabelecidas pelo Ministério da Saúde e pelo governo federal. No entanto, a vereadora ressaltou sua surpresa ao constatar que o projeto, que ainda aguardava uma segunda votação, foi publicado antes desse trâmite legal.
A situação ganhou contornos ainda mais graves quando as autoridades da Secretaria de Saúde, alegando embasamento no referido projeto, promoveram demissões de dentistas e reduções salariais para os profissionais da odontologia. Ela destacou veementemente sua discordância com tal procedimento, ressaltando sua intenção de buscar emendas ao projeto durante sua segunda votação, a fim de impedir demissões e cortes salariais injustificados.
A vereadora não poupou críticas à gestão municipal, apontando que os profissionais da odontologia em Rondonópolis enfrentam não apenas a ameaça de desemprego, mas também a falta de recursos básicos para desempenhar seu trabalho de forma eficaz. "Às vezes, nem material para trabalhar eles têm, o que resulta na impossibilidade de atender plenamente a população que busca os serviços nos postos de saúde", lamentou Marildes.
Em um momento de indignação, a vereadora questionou veementemente a justificativa para as demissões, refutando a noção de que a produtividade individual dos servidores da saúde deveria ser utilizada como critério para tais medidas drásticas.
O episódio expõe não apenas as fragilidades na gestão pública da saúde em Rondonópolis, mas também levanta questões éticas e legais sobre o uso político de projetos legislativos.