Médico sanitarista, o deputado estadual Lúdio Cabral (PT) afirmou que tem acompanhado o aumento de casos de Covid-19 nos últimos dias em Mato Grosso e, apesar dos dados ainda não serem alarmantes, acredita que podem indicar o retorno da orientação para respeito às medidas de biossegurança.
Em um mês – de 02 de maio a 02 de junho – o Estado registrou 2.445 casos confirmados da doença e 12 mortes, sendo que o pico ocorreu entre os dias 23 e 30 de maio, quando 1.084 pessoas testaram positivo para a Covid em Mato Grosso.
De acordo com Lúdio, três fatores têm contribuído para o aumento da curva epidêmica: a estação do ano; a queda da imunidade de quem já se vacinou contra a doença e o relaxamento das medidas de restrição, como uso de máscaras e distanciamento social.
“Nesses últimos dias houve uma explosão de Covid. Contribuem para isso o final de outono e o inverno chegando, porque aumenta a transmissibilidade desses vírus respiratórios; e a imunidade de quem já vacinou, que está caindo”, disse.
“Tem muita gente já sem imunidade para a infecção. Para a forma grave, a gente preserva [a proteção], graças a Deus. E o relaxamento das medidas, também”, explicou.
Conforme o parlamentar, cabe ao Estado monitorar a taxa de transmissão da doença para saber se há necessidade de retomar as regras aplicadas ao longo dos dois anos de pandemia.
“Se a taxa de transmissão continuar subindo como está, teremos que retomar [as medidas] e o Estado precisa repensar e pelo menos orientar o uso de máscara, distanciamento e evitar aglomeração”, afirmou.
“Não é ainda um cenário para publicar decreto tornando obrigatória uma série de medidas, mas tem que monitorar a transmissão”, completou.
Casos
No período avaliado pela reportagem, o maior número de casos foi registrado na população que vive na Baixada Cuiabana (16,6%), no Norte do Estado (11,9%) e na região de Teles Pires (10,8%).
Os municípios com mais casos confirmados nesse intervalo de tempo foram Cuiabá (284), Colíder (204), Vila Rica (148), Alta Floresta (147), Tangará da Serra (109) e Barra do Garças (106).
De forma geral, o interior tem concentrado o maior número de notificações positivas, sendo responsável por 86,3% dos casos durante o mês de maio, contra 13,6% na região metropolitana.